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domingo, 26 de julho de 2015

O Verdadeiro Papel da Igreja




O Verdadeiro Papel da Igreja



Por: Fernando Marin



 Acompanhando a mídia temos visto muitos fatos relativos à Igreja hoje, alguns positivos e muitos negativos. Em grupos de internet do qual faço parte, são inúmeras as discussões, muitas infrutíferas, como, por exemplo, a da ordenação ou não de mulheres ao pastorado, pelos batistas, se o crente pode ou não beber ou fumar, se as músicas que devem ouvir devem ser essas ou aquelas, e por aí vai.

 Temos visto até mesmo alguns fatos estranhos, como a construção de templos imitando os antigos judaicos, candelabros e shofares, o que nos remete aos tempos do Antigo Testamento, ou seja, do judaísmo, quando na verdade estamos no tempo da Graça, do cristianismo, numa tentativa de se pregar Jesus fora se seu contexto histórico.

 Fora isso, acompanhamos nas mídias pastores e outros tipos de lideranças que se colocam como guardiães da Palavra, porém com atitudes de afronta, de polêmica que vem apenas a criarem um clima quase que de guerra entre os cristãos e aqueles que, por opção própria, decidiram traçarem outros caminhos para as suas vidas.

 Outros, optam por pregarem doutrinas próprias, bastante diferentes das que são ensinadas e ordenadas pela Bíblia, com teologias criadas por eles mesmos e sem nenhum fundamento nas Escrituras.

 E me pergunto: foi isso que Cristo nos ensinou? Será que Ele está satisfeito com os rumos que a Sua igreja vem tomando em nossos tempos? Creio que não, na sua condição de Deus Ele mesmo deixou a pergunta “ Contudo, quando vier o Filho do Homem, achará, porventura, fé na terra?” (Lc 18.8).

 Creio que, como igreja, estamos bastantes distantes do que Jesus nos deixou como missão.

 Vivemos uma época de templos lotados, mas, de crentes vazios, confortavelmente instalados em bancos de boa qualidade, ar-condicionado, som e mídias de alta tecnologia, cantando “louvores” ( muitos deles repletos de heresias e de falsa teologia), preparando eventos diversos, muitas vezes apenas para entreter as pessoas mas que nada tem a ver com aquilo que nos foi ordenado pelo Mestre.

 Construímos templos cada vez maiores e melhores, repletos de salas para abrigar os alunos da Escola Bíblica, salas essas que permanecem fechadas pelo resto da semana, sem utilização alguma, e que poderiam render ótimos frutos se fossem colocadas à disposição da comunidade.

 Oramos e contribuímos financeiramente para Missões, na certeza de que Deus levantará alguém que se disponha a ir ao campo fazer o trabalho, enquanto permanecemos na nossa zona de conforto, certos de que cumprimos com o nosso dever.

 Entregamos nosso dízimo e ofertas , afinal é a nossa obrigação, ou não é? 

 Frequentamos os cultos aos domingos, e assim pensamos que Deus está muito satisfeito conosco, afinal, cumprimos com todas as nossas obrigações, não é verdade?

 Será que é essa a verdadeira missão da Igreja? O que diz a Bíblia?

 No Evangelho de Mateus, capítulo 28, está o que se costuma chamar de “A Grande Comissão” , ou seja, a Missão que Jesus nos deixou como Sua igreja.

 Vou copiar o texto: “Então Jesus chegou perto deles e disse: — Deus me deu todo o poder no céu e na terra. Portanto, vão a todos os povos do mundo e façam com que sejam meus seguidores, batizando esses seguidores em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo  e ensinando-os a obedecer a tudo o que tenho ordenado a vocês. E lembrem disto: eu estou com vocês todos os dias, até o fim dos tempos.” (Mateus 28, 18-20 NTLH)

 Lendo o texto, vimos que o Mestre antes de mais nada informou que estava na autoridade do Pai, recebeu Dele TODO o poder na terra, tinha autoridade para determinar os rumos que seus discípulos deveriam tomar, a partir dali.

 Então, determinou que fôssemos a TODOS os povos do mundo, ou seja, a TODOS os lugares, perto ou longe, sejam nossos vizinhos ou não, fazendo que sejam seguidores de Jesus. Quer dizer, Ele nos determinou que pregássemos o evangelho a todos, com palavras, com testemunho de vida, com atitudes ou da maneira com que fomos capacitados pelo Espírito, batizando as pessoas, fazendo com que elas demonstrassem publicamente essa escolha por uma nova vida.

 E mais, ensinando-as a obedecer a TUDO o que Ele nos ordenou: cuidar do próximo, amar, perdoar, curar, alimentar e a fazer novos discípulos, pessoas que também seguirão no mesmo propósito, de espalhar as boas novas.

 Mas, Jesus não nos deixou sós. Ele afirma que estará conosco TODOS os dias, ou seja, sempre, a cada momento, nos capacitando e fortalecendo para o cumprimento dessa Missão.

 Assim, podemos entender que a Igreja de Cristo não permanece dentro dos templos, mas, sim, pelo mundo afora, demonstrando às pessoas o amor que Jesus tem por todos, agindo em nome Dele e como Ele, falando, ensinando, vivendo da maneira como Ele nos ensinou.

 Agora, fica aqui o desafio: reflita, é isso o que vem acontecendo no seio da igreja?


 Sempre é tempo de mudarmos.

Fernando Marin