Liberdade do Abuso Financeiro ( Um estudo sobre o dízimo)
As redes sociais até que cumprem com seus propósitos de
informar, de causar discussão, de divulgar. Quando meu irmão e amigo Austri
Junior, teólogo, pensador, escritor
,chamou a atenção para esse texto eu o li e imaginei que
seria bom publicá-lo, até mesmo para esclarecer a muitos e polemizar com
outros.
Em uma época em que muitos pregam a prosperidade material, o
troca-troca com Deus, textos assim bem elaborados e embasados podem trazer
informação e verdade.
Leiam, pensem, concordem, discordem.
Fernando Marin
LIBERDADE DO ABUSO FINANCEIRO
Dar o dízimo sob pressão? Semear para ganhar favor ou lucro?
Fazer um pacto com Deus?
Estes conceitos não fazem parte da nova aliança sob a qual
vivemos hoje em dia.
Este texto é muito longo, mas completo, e vale a pena. E vai
muito mais profundo do que o dízimo. Alguém fez um resumo perfeito dele, que
aparece no parágrafo seguinte; depois você pode decidir ler ou não ler o texto
por inteiro:
*********
É plenamente cristão e ético a Igreja subvencionar e prover
seus evangelistas que vivem evangelizando. A maior graça material na Terra para
um cristão é poder colaborar abrindo seu bolso para o verdadeiro evangelho. O
erro herético do falso-evangelho pregado no Brasil é proclamar que os cristãos
estão debaixo do princípio dos dízimos velho-testamentarios. A graça da Cruz
nos trouxe um princípio magnânimo e superior a qualquer princípio elementar do
mundo ou da lei mosaica. Em Cristo somos despenseiros do Evangelho. Em Cristo
fomos declarados um só Corpo em amor, em altruísmo, em espontaneidade, em
liberdade, em compromisso, em consciência, em alegria, em proporcionalidade do
que temos, segundo nossa prosperidade. Em Cristo fomos declarados FILHOS E
COERDEIROS do Reino e não mais servos da Lei. FILHO não devolve nada ao pai
porque o que é do Pai é do Filho e o que é do Filho abençoa tudo aquilo que é
do Pai. Em Cristo estamos na Lei do Amor e da Semeadura e não mais no princípio
dos dízimos.
[Obrigado a Frannk Lop Lop pelo resumo]
*********
Deixe-me enfatizar que apesar da imagem e do título
provocativos, existem pastores que ensinam sobre o dízimo com boa intenção, mas
mesmo assim, o dízimo como exigência de Deus não é para os dias atuais. E
quando Jesus caçou os cambistas do Templo, era porque eles impediam aos
estrangeiros, os cegos e os mancos de aproximarem-se de Deus. De igual maneira,
certas pessoas de hoje em dia querem reerguer as barreiras a Deus que Jesus já
tirou.
Para começar, não devo explicar o dízimo fora do panorama
completo do evangelho da graça pura sob o qual vivemos hoje em dia, porque vão
de mãos dadas; quem não entende a função do dízimo não entende a nova aliança
pela qual Jesus morreu e ressuscitou. Para muita gente o entendimento da Graça
é tão incompleto que, quando ouvem a ideia de que estamos debaixo da Graça e
100% perdoados, o primeiro pensamento delas é: “Quer dizer que podemos ir e
pecar à vontade?”. Da mesma maneira, quando ouvem a ideia de que não estamos
obrigados a dar o dízimo pensam: "Ah, então não vou dar mais!”, ou, “Você
está incitando as pessoas a não colaborar com a obra de Deus!” Mas, em ambos os
casos, a verdade é muito mais completa: você está 100% debaixo da Graça, livre
para viver uma vida nova, a vida de Cristo em você (Romanos 6). Isso quer dizer
que vai expressar a vida do Pai Amado e toda a sua conduta, incluindo o que
você faz com seu dinheiro. Visto que até a maioria dos pastores não entendem
claramente a diferença entre a nova aliança e a antiga aliança (como expliquei
nesta publicação anterior: https://www.facebook.com/ACabanaEAGracaDeDeus/posts/569887979808694),
sentem a necessidade de usar a lei para controlar o comportamento da
congregação, e o dízimo para arrecadar dinheiro. Repetindo, a Graça não é um
chamado para a libertinagem ou a preguiça e sim a entrar em uma verdadeira comunhão
com o Cristo vivo e expressar a vida e a natureza Dele em todo o sentido. Por
isso quero enfatizar minha publicação no link acima e mais os trechos bíblicos
que citei: Romanos 5 a 8, Hebreus 7 a 10, 2 Coríntios 3 a 5 e Gálatas de 1 a 6,
para dar um contexto aos meus comentários sobre o dízimo. Jesus Cristo é o
mesmo, ontem, hoje e para sempre, (Hebreus 13:8), mas as alianças de Deus com a
humanidade mudaram para sempre em 30 e 70 d.C.
Dito isto, comecemos com 2 Coríntios 8 e 9. Em dois
capítulos, Paulo explica a fundo a mentalidade dele sobre dar dinheiro e o
nosso exemplo a seguir hoje em dia. Ainda que a explicação dele seja completa,
vou fazer alguns comentários:
1) Não deixe que ninguém te cite o versículo 9:6 fora do
contexto: “Lembrem-se: aquele que semeia pouco, também colherá pouco, e aquele
que semeia com fartura, também colherá fartamente. ” Se ler este versículo no
contexto, isto não quer dizer que se der o dinheiro à igreja institucional,
Deus vai te recompensar financeiramente com um bom negócio ou algo mais, ou que
se não der dinheiro, vai cair em fracasso financeiro. De novo: leia os
capítulos 8 e 9 por inteiro e vai ver o contexto e o sentido. Que agora você
tem o privilégio de fortalecer o verdadeiro corpo, a verdadeira igreja de
Cristo (todos os seres humanos que têm crido Nele; não um edifício). Você terá
o prazer de colher almas para Cristo, de ver outros seres humanos despertando
para a vida de adoção eterna e de ajudar e compartilhar com o seu próximo. A
ideia de dar dinheiro para receber o lucro, é uma perversão em dois sentidos: é
o orgulho humano tentando ganhar o presente que Deus oferece grátis (tão
insultante quanto tentar pagar a um amigo um presente), e é dar para receber.
Deus dá por dar simplesmente porque Ele é amor mesmo, não para receber algo em
troca. A Graça significa expressar a natureza Dele, assim você também dá por
dar apenas, sem esperar nada em troca. A colheita que desfruta é ver a
edificação do Corpo de Cristo, do qual você faz parte.
2) Versículo 9:7 – “Cada um dê conforme determinou em seu
coração, não com pesar ou por obrigação, pois Deus ama quem dá com alegria.”
Isto é completamente incompatível com “E tem que ser ao menos “X" por
cento, e tem que ser entregue no edifício da esquina chamada Igreja Fulana”. É
completamente incompatível com “Dar a Deus o que é dele”, “Essa porção não é de
você”, “ *devolver* o dízimo (porque não é dar, é dever)”, etc.
3) Em Deuteronômio 14 e Levítico 27, verás que o dizimo
jamais foi dinheiro, mas comida, e era entregado só por proprietários de
terrenos agrícolas e gados. Quer dizer, nem a maioria dos judeus pagavam
dízimos. Nem Jesus pagava dízimos. O dízimo podia ser convertido em dinheiro
por motivos de viagens distantes e depois convertido de novo em comida, mas
nunca foi oferecido a Deus em forma de dinheiro. Uma exceção, se alguém queria
reter um animal e substituir um dízimo em dinheiro, tinha que pagar uma multa
de 20%, porque o dízimo em dinheiro não era o que Deus queria (Levítico 27:30).
4) É verdade que o dizimo existia antes da lei, mas se algo
é pregado indevidamente como se fosse uma lei, é o mesmo erro. Pode confirmar
isto ao ler Gálatas 1 a 6, onde Paulo condenou em condições fortíssimas a
exigência da circuncisão, que também existia antes da lei (além dos sacrifícios),
mas era tratada como lei por essa gente.
Então, o que dizer das referências sobre o dízimo na Bíblia?
MALAQUIAS 3:6-10:
Vamos primeiro a Malaquias 3, 6-10, o que cita-se volta e
meia para verificar o dizimo para hoje em dia:
“Pode um homem roubar de Deus? Contudo vocês estão me
roubando. E ainda perguntam: “Como é que te roubamos?” Nos dízimos e nas
ofertas. Vocês estão debaixo de grande maldição porque estão me roubando; a
nação toda está me roubando. Tragam o dízimo todo ao depósito do templo, para que
haja alimento em minha casa. Ponham-me à prova”, diz o Senhor dos Exércitos, “e
vejam se não vou abrir as comportas dos céus e derramar sobre vocês tantas
bênçãos que nem terão onde guarda-las."
Há vários problemas em usar este trecho para os que estão em
Cristo e debaixo da graça Dele:
1) Essa *exigência* de dar o dízimo faz parte da velha
aliança, mosaica, que foi dada somente aos judeus, jamais aos gentios. Em todo
caso, aquela aliança tornou-se antiquada e envelhecida com a morte de Jesus, e
desapareceu por completo com a destruição do Templo de Jerusalém em 70 d.C.
(Hebreus 8:13) (embaixo, ao final, vou esclarecer uma distinção importante
entre velha aliança y velho testamento).
2) Este trecho é uma continuação do pensamento que começou
em Malaquias 2:1: “Agora, pois este mandamento é para vocês, os sacerdotes.”
Para um certo grupo de sacerdotes, em um determinado contexto. Não havia
enumeração de versículos e capítulos no texto original, e pode ver a
continuação você mesmo. 2:4 e 2:8 são enfáticos que esta advertência tem a ver
com manter a aliança *levítico*. Você encontra um versículo parecido, exigindo
um dízimo para manter sua aliança com Jesus? Isto é mais um exemplo da
importância do contexto: quem fala a quem? Debaixo de qual aliança? E debaixo de
quais circunstâncias? Tantas vezes nos púlpitos, citam Malaquias, começando em
3:6, e soa que Deus esteja falando a nós, hoje em dia. Mas é só começar em 1:1
e fica evidente que não. Citar este trecho fora de contexto tem causado
confusão, coação, e condenação imensurável.
3) Versículo 2:2: do mesmo pensamento, Deus diz que tem
amaldiçoado a essas pessoas, e promete amaldiçoa-las mais. Ao interpretar a
Bíblia, uma pergunta muito útil de se fazer é: É isso possível depois da Cruz?
E a resposta aqui definitivamente é: “Não”. Cristo se fez maldição por nós e
quitou toda essa maldição. (Gálatas 3:13, Romanos 8:1, 2 Coríntios 5:21).
4) Malaquias 3:10 diz: “Tragam o dízimo todo ao depósito do
templo, para que haja alimento [comida] em minha casa...Espera. Templo? Que tem
a ver esse templo com você? E, minha casa? Nós, nossos corpos físicos, somos
agora o templo, a casa de Deus. Nada em contra de congregarmos em um imóvel
dedicado a esse propósito, e sim, é justo ajudar com os gastos disso (1 Cor. 9;
Gálatas 6:6), mas há um erro em usar termos hoje em dia como templo, santuário,
altar, etc, para nos referirmos a um edifício, ou as partes dele. Nós mesmos
somos a igreja, o templo, a casa de Deus e onde dois ou três estiverem reunidos
em nome de Deus, ali está a igreja. As coisas físicas na antiga aliança eram
uma sombra; as coisas espirituais na nova aliança são a realidade. O templo a
qual Malaquias 3:10 se refere é o Templo de Jerusalém, que foi destruído em 70
d.C.. Hoje nós somos o verdadeiro templo de Deus.
5) A história de fundo de Malaquias 3:10: os levitas
recebiam uma décima parte das colheitas dos outros onze tribos de Israel em
troca de seu labor de fazer sacrifícios no Templo. Chegou um tempo (Neemias
13:10-13) em que os levitas não recebiam estes dízimos e saíram do Templo para
trabalhar por sua comida. Deus repreendeu os líderes por fazer isso. Para
repetir, a velha aliança nunca foi dado a você, só aos judeus, e em todo caso
esse templo e esse sistema foi destruído em 70 d.C. Toda a Bíblia foi escrita para
nossa instrução, mas em muitos casos somos observadores, não destinatários;
sempre olha o contexto.
6) Aqueles que exigem que os crentes em Jesus vivam como
judeus quanto aos dízimos, não vivem eles mesmos como os levitas-- sem
heranças, sem salários, sem terrenos ou propriedades.
7) Como disse antes, dar para receber é uma perversão do
amor de Deus. Deus dá para dar, porque Ele mesmo é amor. Você agora é seu
filho(a) amado(a), seu reflexo vivo, assim Ele vai te inspirar a dar e
compartilhar seus bens, sem pensar em recompensa financeira. A antiga aliança
trata de uma overdose de “Fazer o bem, receber o bem; fazer o mal, receber o
mal”, para exaurir o orgulho e o esforço humano. Jesus veio e deu volta a essa
economia, trazendo o favor e as bênçãos de Deus aos que mereciam menos. As
referências na nova aliança sobre semear e colher têm seu próprio sentido e
contexto, que você pode verificar ao ler 2 Coríntios 8 e 9, e Gálatas 1 a 6.
Uma ajuda: não confunda castigo com consequências.
MATEUS 23:23:
Nos evangelhos, Jesus sim se refere a dar, dizimar, etc, mas
recorda que Ele mesmo ainda estava debaixo da antiga aliança (Gálatas 4:4,5).
Não descartemos nenhuma palavra da Bíblia, mas sempre temos que levar em
consideração o contexto. Em Mateus 23:23, por exemplo, Jesus estava falando aos
fariseus baixo a aliança deles, antes da cruz. E a aliança deles jamais foi
dado aos gentios. Se Mateus 23:23 fosse para o crente gentio de hoje, após a
cruz, teremos de dar o dízimo até da hortelã, do endro, e do cominho-- ao pé da
letra de o que Ele falou. É muito comum citar o final do versículo, “Vocês
devem praticar estas coisas, sem omitir aquelas,” para justificar o dízimo
obrigatório, e ao mesmo tempo passar por alto o início do mesmo versículo: “Ai
de vocês, mestres da lei e fariseus, hipócritas!”.
MATEUS 5:17:
Em Mateus 5:17, Jesus disse que não veio abrogar a lei,
senão cumpri-la. De novo, o contexto é primordial: Historicamente, a velha
aliança tinha regras e condições: "Se você fizer isto, Deus fará
aquilo." Porém, em Mat. 5:1, Jesus faz uma série de declarações que não
soam assim, não são assim de condicionais. Por isso, Ele esclarece: “Não pensem
que vim abolir a Lei ou os Profetas; não vim abolir, mas cumprir. Digo-lhes a
verdade: Enquanto existirem céus e terra, de forma alguma desaparecerá da Lei a
menor letra ou o menor traço, até que tudo se cumpra."
"Não vim abolir, mas cumprir." E Ele SIM cumpriu a
lei. O desenlace de "Ele veio cumprir a lei" não é "Então eu
tenho que seguir Seu exemplo e cumprir a lei também", senão João 19:30:
"Está consumado! Tetalestai! Dívida paga!" E ao ler Efésios 2,
escrito a um público principalmente de origem gentio, Paulo diz que Jesus SIM
anulou a lei (ou desfez, ou aboliu, ou acabou com ela, dependendo da tradução).
Isso foi para fazer de todos, dos judeus e os gentios, uma nova família--e não
baixo a antiga aliança da lei, senão a nova aliança da graça. E em v.20 ele
continua a dizer que o fundamento desta nova família são *os apóstolos e os
profetas*, não *a lei* e os profetas. Isto é perfeitamente consistente com as
demais cartas de Paulo e com Hebreus.
Um pouco mais ao respeito deste desenlace: Lucas 24:44,
Jesus em caminho a Emaus: E disse-lhes: “Foi isso que eu lhes falei enquanto
ainda estava com vocês: *Era* necessário que *se cumprisse* tudo o que a meu
respeito está escrito na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos”.
Ainda mais: Em Atos 15, tiveram o Concílio de Jerusalém onde
resolveram a questão de impor ou não impor a lei judaica nos convertidos
gentios. Vá lá para ler por inteiro, mas cito aqui um pouquinho. A conclusão de
Pedro, que andava com Jesus e caminhou na água, foi: 15:10 Então, por que agora
vocês estão querendo tentar a Deus, pondo sobre os discípulos um jugo que nem
nós nem nossos antepassados conseguimos suportar? 11 De modo nenhum! Cremos que
somos salvos pela graça de nosso Senhor Jesus, assim como eles também”. A
conclusão de Tiago, que em outro contexto disse a fé sem obras está morta, foi:
15:19 “Portanto, julgo que não devemos pôr dificuldades aos gentios que estão
se convertendo a Deus. 20 Ao contrário, devemos escrever a eles, dizendo-lhes
que se abstenham de comida contaminada pelos ídolos, da imoralidade sexual, da
carne de animais estrangulados e do sangue.” Ponto. Cadê o dízimo? Depois, juntos
escreveram uma carta à igreja em Antioquia que disse em parte, “15:28 Pareceu
bem AO ESPÍRITO SANTO [Imagina! ao Espírito Santo mesmo, que tomou parte
nisso!] e a nós não impor a vocês nada além das seguintes exigências
necessárias: 29 Que se abstenham de comida sacrificada aos ídolos, do sangue,
da carne de animais estrangulados e da imoralidade sexual. Vocês farão bem em
evitar essas coisas.” De novo: cadê o dízimo?
“DAR A CÉSAR O QUE É DE CÉSAR, DAR A DEUS O QUE É DE DEUS”:
E daí? Não há conexão nenhuma entre esta declaração de Jesus
e uma exigência de todo o mundo dar 10% do salário bruto, em dinheiro, em certa
igreja, a pessoas que não precisam viver como levitas— sem heranças, salários
ou terrenos. Só a repetição, o hábito, a tradição. Não fica totalmente claro
exatamente ao que Jesus se referia, mas não era um dízimo.
A VIÚVA E SUAS MOEDAS:
É só olhar o texto: Lucas 21:1: Jesus olhou e viu os ricos
colocando suas contribuições nas caixas de ofertas. Contribuições. Ofertas.
Nada a ver com o dízimo. Um dízimo é por definição 10%, e por lei consiste de
comidas e animais. Ela deu moedas, e ela deu tudo, não 10%. Então nada a ver.
— Por sinal, viu que ela deu moedas? Este é um de vários
trechos que refuta a mentira que os dízimos eram em comidas só porque o
dinheiro era escasso ou inexistente— “Era a moeda de troca na época”, dizem…
…falso.
HEBREUS 7:
Em Hebreus 7, há citação de dízimo, mas não é uma afirmação
do dízimo para hoje em dia, e sim uma afirmação da superioridade de Cristo
sobre todos, incluindo a Abraão, algo impensável aos judeus até então. *Uma
certa vez* Abraão voltava de uma guerra, se encontrou com o sacerdote
Melquisedeque, deu a ele a décima parte dos despojos de guerra e recebeu uma
bênção, dois feitos que demonstraram a superioridade de Melquisedeque, uma
sombra de Jesus.
1) Foi uma situação única.
2) Melquisideque não *exigiu* o dízimo de Abraão.
3) Melquisideque abençoou
Abraão, e depois Abrahão lhe deu o dízimo. Abraão não deu o dízimo para depois
ser abençoado, como se ouve desde os púlpitos e televisões.
4) Abraão só deu um décimo dos despojos de guerra, e não dos
seus bens materiais ou ingressos; estando em pé de guerra e longe de casa,
teria sido impossível trazer tudo isso com ele.
5) Abraão recusou ficar com o outro 90%. Ou deu o 90% ao rei
de Sodom, ou devolveu o 90% aos donos originais; não fica totalmente claro no
texto, mas não era para Abraão.
6) Nem tudo o que Abraão fez é exemplo que somos obrigados a
seguir: casar com sua irmã e sacrificar animais, por exemplo.
7) O ponto mais importante não é que Abrão deu o dízimo; é
que Levi (representante da lei) deu o dízimo. Isto é, a linhagem levita, da
lei, demostrou a superioridade da linhagem de Cristo, que é da graça. (Hebreus
7:9,10) (João 1:17: Pois a Lei foi dada por intermédio de Moisés; a graça e a
verdade vieram por intermédio de Jesus Cristo.) Qual dos dois sacerdócios é
maior?
O contexto de Hebreus: foi escrito em 67 d.C. enquanto o
Templo de Jerusalém ainda existia, antes de sua destruição pelos romanos no ano
70. Os dízimos contínuos eram para os sacerdotes levitas, para compensa-los do
trabalho árduo e *contínuo* de fazer sacrifícios de animais pelos pecados do
povo. (Nota esta palavra *contínuo*). No templo terrestre que era uma
representação da morada de Deus, era explicitamente proibido qualquer móvel
para sentar porque o trabalho nunca terminou. Quando Jesus entrou através de
outro sacerdócio, fez *UM* sacrifício perfeito e final, entrou no Santo dos
Santos literalmente no céu, e *sentou* à direita de Deus – Está consumado! –
Onde permanece até agora, seu único sacrifício já feito e suficiente por toda a
humanidade por todos os tempos. Leia Hebreus 7 a 10 e confirme isto, e analise
o versículo 7:12: “Porque quando muda o sacerdócio, também tem que mudar a lei”
– pense nas implicações disso!
Conclusão do parágrafo anterior: se você ainda está
entregando dízimos por obrigação, está dizendo que seu sacerdote ainda está
trabalhando e fazendo sacrifícios. Seu sacerdote é um levita, ou é Jesus?
Para resumir, em Cristo você já morreu à lei, incluindo
aquela de dizimar. Agora a lei que te libertou e te rege é a lei do Espírito de
vida, Cristo em você. Ha recebido o espírito de adoção. Em Cristo, você é uma
nova criatura, literalmente uma morada Dele. Você foi 100% perdoado e
transformado espiritualmente e tem o enorme privilégio de ser o corpo e o
reflexo Dele nesta terra. Seus mandamentos: crer Nele e amar como Ele te ama,
inclusive na gestão dos seus bens materiais. Dá liberalmente da forma que Ele
te guie individualmente. E veja bem, o ponto muito mais importante de tudo isto
é que você entenda o que significa a morte e a ressurreição de Jesus, e Ele
dentro de você— a nova aliança instaurado com Seu sangue, e que não fique
estancado com uma pé na velha aliança, que nunca foi de você.
Fonte:
https://www.facebook.com/ACabanaEAGracaDeDeus/posts/689902827807208:0