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sexta-feira, 12 de maio de 2017

A insegurança nossa do dia-a-dia




A insegurança nossa do dia-a-dia


Por: Fernando Marin



 Com certeza, sentir-se seguro é um dos itens necessários para que se tenha uma boa qualidade de vida. Muitas pessoas chegam a mudar para outras cidades em busca de uma vida com mais segurança, na ilusão de que ela é maior nas localidades de pequeno porte. E era, mas de tempos para cá a criminalidade, aliada a um tráfico de drogas cada vez mais atuante, vem frustrando essa expectativa de uma vida com mais tranquilidade.

 Quando acontece um aumento na criminalidade, a início a população costuma culpar a ineficiência da polícia, mas na verdade a insegurança provém de um somatório de causas de origem social, cabendo `a polícia apenas manter a ordem e retirar do convívio social os criminosos – o que já está se tornando tarefa difícil em várias regiões.

 Em grandes cidades, principalmente no Rio de Janeiro, a situação está aparentemente fugindo do controle dos órgãos de segurança. O grande número de comunidades carentes, as quadrilhas bem organizadas e lideradas, armadas com o que há de melhor e uma polícia em crise estão perdendo espaço para os bandidos. O número de roubos vem crescendo, agora com a explosão de carros-fortes e de caixas eletrônicos, mostrando que políticas sociais erradas nas últimas décadas estão cobrando a conta do governo e da sociedade.

  Aos poucos, sabe-se lá por que, a educação foi retirando das grades escolares disciplinas importantes, como religião, moral e civismo, organização social e política do Brasil, e outras mais, que davam às crianças e jovens boas noções de cidadania e de comportamento social. A degradação da estrutura familiar também colabora em muito nessa questão, a partir do momento em que deixa de haver uma referência de liderança  nos primeiros anos de vida, gerando muitas vezes jovens desajustados e sem noção de limites.

 A desigualdade social é outro fator importante, a partir do momento em que causa a falta de expectativa de vida para muitos jovens carentes e acaba facilitando a ida desses jovens para o crime. Falta de oportunidades de qualificação profissional e, consequentemente, de emprego também são fatores que acabam levando à criminalidade.

 Porém, a causa que considero a mais grave é a da impunidade. É mais que necessário que se revise e atualize a nossa legislação, adequando-a à realidade atual e criando punição mais severa para os que optarem pelo caminho do crime, como forma de retirar efetivamente os marginais do convívio social , com oportunidade de reeducação e reinserção na sociedade, cumprida a devida pena.

 Nossas leis, muitas da década de 1940, estão completamente defasadas, e necessitam de uma revisão urgente. É necessário que se cobre dos legisladores ( Deputados Federais e Senadores) leis mais severas, que venham realmente a inibir a criminalidade, sob pena de convulsão social iminente. É preciso que tenhamos uma polícia moderna, eficiente, baseada no uso da inteligência e dotadas dos recursos materiais disponíveis para que ela possa combater os bandidos de igual para igual. Necessitamos com urgência de uma reformulação na educação, que possa trabalhar de maneira inclusiva, criando 
oportunidades para que os jovens possam ingressar no mercado de trabalho, impedindo a sua ida para o crime.

 Na maioria dos países desenvolvidos do mundo o índice de criminalidade é pequeno, assim como o número de presidiários. Por que não copiamos o que há de bom? Por que não buscar subsídios onde há paz? A quem interessa essa legislação que não pune como deveria?

 Tema para a nossa reflexão.

Fernando Marin

sexta-feira, 5 de maio de 2017

Nossa responsabilidade

Nossa responsabilidade

Por: Fernando Marin



 Como teólogo,  sou muitas vezes questionado  por aqueles que pensam que religião e política não devem se misturar, mas considero isso um grande engano, a partir do momento em que cabe à Teologia colaborar com o debate e com a leitura dos conflitos que surgem na sociedade, com consequências que envolvem a vida de todas as pessoas.

 Por isso, sempre procuro escrever sobre temas polêmicos, como a importância da participação na política , o aborto, a corrupção e outros que de alguma forma influenciam as nossas vidas, sempre colocando o que Deus revelou de Sua vontade sobre cada um deles.

 A revelação da vontade de Deus , o que chamamos de Verdade, está expressa na Bíblia, um livro onde encontramos um verdadeiro manual de vida, com orientações seguras para todas as situações com as quais nos defrontamos no cotidiano e como devemos nos colocar diante delas, fazendo a diferença e tornando a vida das pessoas melhor.

 O tema do momento é a grande – e parece que infindável – Operação Lava Jato, já na sua 40ª fase e sem previsão de quantas ainda virão, tal o tamanho da corrupção que envolve políticos e empresários no Brasil, corrupção essa que há muito tempo já era conhecida, mas só agora investigada a fundo e punida , não como gostaríamos, mas punida de forma a afastar os condenados da possibilidade de continuarem a se locupletarem com o dinheiro público.

 Claro que ainda há muito a se evoluir, afinal as nossas leis são brandas e cheias de brechas, onde os bons e caros advogados encontram saídas para amenizarem a punição aos culpados, ainda temos muito a caminhar nessa área.

 Mas, quem faz as leis no Brasil? Deputados e senadores, muitos deles envolvidos nos escândalos, investigados e réus em vários processos. Deputados e senadores eleitos pelo povo, alguns deles há décadas! E, por incrível que possa parecer, muitos desses voltarão a serem votados se conseguirem se candidatarem.

 Assim, dentro do processo democrático, onde cada cidadão pode exercer a sua escolha pelo voto, a responsabilidade pelos maus políticos eleitos pertence ao povo, e cabe a ele, apenas a ele, votar em pessoas que irão trabalhar em prol da sociedade, não as reelegendo caso isso não aconteça da forma esperada.

 O Brasil tem jeito, basta que participemos mais ativamente do processo político, nos informando melhor e exercendo os nossos direitos de forma mais atuante. Me preocupo quando vejo que a grande maioria das pessoas cobra atitudes das demais, mas eles próprios procuram não  saírem de sua zona de conforto, afinal “alguém tem que fazer alguma coisa”, não é?

 Termino deixando um texto bíblico adequado para a reflexão de todos. É o de 1 Timóteo, capítulo 6, versos 7 a 10, na versão NTLH:

“O que foi que trouxemos para o mundo? Nada! E o que é que vamos levar do mundo? Nada! Portanto, se temos comida e roupas, fiquemos contentes com isso. Porém os que querem ficar ricos caem em pecado, ao serem tentados, e ficam presos na armadilha de muitos desejos tolos, que fazem mal e levam as pessoas a se afundarem na desgraça e na destruição. Pois o amor ao dinheiro é uma fonte de todos os tipos de males. E algumas pessoas, por quererem tanto ter dinheiro, se desviaram da fé e encheram a sua vida de sofrimentos.”


Fernando Marin