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segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Polêmicas do Cotidiano II – A cultura do nu e os evangélicos incômodos.



Polêmicas do Cotidiano II – A cultura do nu e os evangélicos incômodos.


Por: Fernando Marin


 A polêmica foi instalada em São Paulo recentemente , mais precisamente na abertura do 35º Panorama de Arte Brasileira no MAM, onde um coreógrafo  completamente nu convidava os presentes a interagirem com ele, tocando em seu corpo para incentivar movimentos que se assemelhavam aos de uma escultura presente na exposição.

 Setores conservadores da sociedade partiram para o ataque do que consideram uma afronta à capacidade cultural da população, de outro lado artistas e intelectuais saíram em defesa de uma livre expressão da arte, sem o que chamam de censura de qualquer natureza. O povo religioso, mais notadamente o evangélico, protestou com veemência contra aquilo que entenderam como um ataque ao Evangelho e à moral, até porque uma mãe levou sua filha de 5 anos à tal exposição, e a menina foi filmada sendo induzida por essa mãe a interagir com o artista nu.

 Uma polêmica das grandes, foi o assunto da semana na mesma época em que a revista Veja publica um artigo escrito pelo jornalista J.R.Guzzo que chama o povo evangélico de “incômodo”, um texto repleto de desinformação e preconceito e que repercutiu por dias na mídia com respostas vindas de diversos setores da igreja evangélica brasileira que se considerou agredida com a matéria.

 Não costumo participar de debates polêmicos, mas dessa vez não poderia deixar passar em branco dois fatos que repercutiram demais em todos os cantos do país. Também prefiro digerir bem os acontecimentos antes de me posicionar, com o sangue quente muitas vezes praticamos injustiças. Também aprendi que devemos procurar conhecer os dois lados de qualquer história que nos contem, afinal sempre há o certo e o errado. Com isso, não quero dizer que a minha palavra é inquestionável, porém procuro me cercar de cuidados ao emitir opinião em assuntos tão polêmicos até porque respeito e sempre respeitarei aqueles que pensam diferentemente de mim. Quem quiser discordar, tem o direito, não correrá o risco de ser excluído de meu rol de amigos, basta apenas que se manifeste com respeito e educação, e saberei entender a discordância.

 Quanto ao primeiro fato, o do nu, a falta de vestimenta sempre fez parte do trabalho de muitos artistas, notadamente escultores e pintores dos mais famosos. Obras das mais conhecidas estão descobertas de roupas, e expostas ao público em museus famosíssimos do mundo. Creio que aqueles que se escandalizam com esse tipo de arte devem se abster de comparecer onde elas são expostas. No caso do MAM , foi verificado que a interação com o artista aconteceu em um ambiente fechado e sinalizado , portanto acessível apenas aos que realmente desejaram estar presentes. Existe muita coisa que considero abominável acontecendo diariamente pelo mundo, em cinemas, teatros, boates, bordéis , e eu me abstenho de comparecer. É a minha forma de demonstrar discordância, como cidadão, como evangélico apenas frequento ambientes em que não me sinta agredido ou incomodado com algo que fira a minha consciência.

 Claro que há uma agravante séria nesse fato, uma mãe (desavisada??) levou sua filha de 5 anos e a induziu a interagir com o tal artista. Com certeza, essa criança não deveria estar lá, não apenas proibida pela mãe, mas pela rede de proteção do estado, que falhou no caso. Creio que é devida uma punição ao MAM e a essa mãe, por terem permitido a entrada da criança nesse setor da exposição.

 Sei que pastores e muitos evangélicos se posicionaram contra essa expressão artística, entendo que temos essa liberdade de discordar mas temos que compreender que o mundo está repleto de atos e fatos contrários aos pregados pelo Evangelho, e não nos cabe efetuar um patrulhamento moral da sociedade e de suas produções, não nos cabe o julgamento do certo ou do errado praticados, não foi isso o que Jesus nos ensinou.

 Mais uma vez, recorro à Bíblia, mais precisamente ao Evangelho de Marcos, onde no Capítulo 16, versos de 15 e 16, o próprio Mestre nos determina: “Vão pelo mundo inteiro e anunciem o evangelho a todas as pessoas. Quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crer será condenado.”

 Simples de entender, nossa missão não é policialesca, é a de pregar o Evangelho. Como Cristo diz, quem crer estará salvo, quem não crer não estará. A missão que nos foi imposta pelo Mestre é a de fazer seguidores, “e ensinando-os a obedecer a tudo o que tenho ordenado a vocês.” ( Mateus 28.20).

 Não é missão do evangélico condenar nada e ninguém, não é nossa missão acusar ou julgar ninguém pelo que faz ou pensa, estamos aqui para fazer seguidores, para espalharmos as boas novas pelo mundo, para trazermos uma palavra de salvação para os perdidos, isso sim é o que temos a fazer, e a obra é enorme!

 Quanto ao artigo discriminatório aos evangélicos publicado pela revista Veja, está repleto de discriminação e de desconhecimento, assim prefiro nem comentar, para não correr o risco de praticar algum julgamento indevido.

Fernando Marin

segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Polêmicas do Cotidiano I - A Rede Globo



Polêmicas do Cotidiano I - A Rede Globo



Por: Fernando Marin



 Não é de hoje que ouvimos e lemos críticas à programação da Rede Globo, tida como de baixo nível e tendenciosa, politicamente falando.

 Vemos nas mídias sociais movimentos que incentivam a sonegação da audiência da emissora, num protesto por reportagens e opiniões.

 Na verdade, o que tenho a dizer é que não assisto à programação da Globo. E se há tantos que a criticam, devem assisti-la, caso contrário não teriam como criticar o que não conhecem.

 Creio que a maior punição para uma emissora que produz programas de baixa qualidade ou tendenciosos ou atentatórios à moral é o controle remoto de nossos aparelhos de televisão. Há, com certeza, opções melhores para assistirmos, principalmente para os que possuem uma assinatura de tv paga.

 Mas, se mesmo com a opção do controle remoto ainda há quem se delicie com baixo nível, aí a questão está na consciência desses. Não nos cabe patrulhar e nem impor o que alguém quer ou gosta de assistir. É o exercício do livre arbítrio de cada um.

 Creio que a nossa parte nisso tudo é a de cobrar das autoridades que a educação em nosso país suba de nível de qualidade, para formarmos pessoas mais críticas e amantes de uma boa e saudável cultura e aí sim quem não estiver nivelado a essa exigência popular por uma  boa cultura será punido pela falta de audiência.

 Ainda falando de cultura, todos tem acompanhado os episódios acontecidos na exposição Queermuseu em Porto Alegre e na abertura do 35º Panorama de Arte Brasileira, no MAM em São Paulo, onde um coreógrafo  completamente nu convidava os presentes a interagirem com ele, tocando em seu corpo para incentivar movimentos que se assemelhavam aos de uma escultura presente na exposição.

 Bem, isso é assunto para outro artigo.


Fernando Marin