Separados do mundo?
Por: Fernando Marin
"É triste reconhecer que grande parte da nossa vida cristã fundamenta-se na negação. "Somos de Cristo"e por issso "não fazemos, não participamos, não escutamos, não estamos..."
Quem sabe, essa tal abstinência e isolamento deveriam ser subsitituídos por uma prática presencial e transformadora. Somos de Deus; e por tal razão fazemos, participamos, escutamos, falamos e vivemos.."
Sergio Andrade
Quem sabe, essa tal abstinência e isolamento deveriam ser subsitituídos por uma prática presencial e transformadora. Somos de Deus; e por tal razão fazemos, participamos, escutamos, falamos e vivemos.."
Sergio Andrade
Há algum tempo atrás, me deparei com
uma imagem , publicada em uma rede social, conclamando as pessoas a fazerem 1
minuto de silêncio em prol das vítimas da fome em todo o mundo. As imagens eram fortes , e me sensibilizei, compartilhei o link com amigos, ou seja, espalhei
aquele pedido para que muitos outros tomassem conhecimento desse fato e que as
suas consciências fossem mobilizadas para uma ação que pudesse, de
alguma maneira, vir a colaborar com essas pessoas atingidas pela miséria que
assola muitos países do nosso planeta.
Alguns minutos depois, verifiquei
que haviam uma série de comentários à convocação e, ao lê-los, confesso que me
escandalizei. Várias pessoas condenavam a publicação, muitas delas cristãs, sob a
alegação de que fazer silêncio não mata a fome de ninguém, e que essa seria uma
iniciativa inútil.
Cheguei a imaginar que o errado
era eu, que não faço muito pela erradicação da miséria no mundo, porém logo
depois me perguntei o que aquelas pessoas todas estariam fazendo em prol da
erradicação da fome para que condenassem como inócua essa iniciativa?
Argumentei que toda iniciativa é
válida para se chamar a atenção para uma questão social, já que isso desperta a
discussão e através da discussão se chega à ação, e a ação gera a solução.
Afinal nosso método teológico latino-americano é baseado no ver-julgar-agir ,
mas constatei que alguns chegaram a se irar, mantendo a sua posição.
Me pergunto, em que tipo de
sociedade vivemos hoje, que se nega a enxergar as mazelas do mundo? Mais ainda,
que tipo de igreja vivenciamos, já que poucas iniciativas são tomadas com vistas a atender às
necessidades das pessoas? Me preocupo com a indiferença de grande parte dos
cristãos em relação ao que existe à sua volta, como se realmente fossemos
separados deste mundo. Somos separados
espiritualmente, mas vivemos aqui.
É verdade, às vezes pensamos que
muito pouco podemos fazer para alimentar multidões.
Mas, quando recorremos à Bíblia,
descobrimos que havia um grupo que também não acreditava que isso fosse possível. No evangelho de João, capítulo 6, lemos que Jesus, ao constatar o
tamanho da multidão que o cercava, perguntou a Filipe como eles poderiam
alimentar tanta gente, testando ao seu discípulo. A resposta foi dentro do
esperado, Filipe argumentou com o Mestre que precisariam de muitas moedas de
prata para isso. André também duvidou da capacidade que teriam de alimentar
tanta gente, e argumentou que ali havia um jovem que possuía 5 pães de cevada e
dois peixinhos. O que seria isso para tanta gente?
Porém , Jesus operou o milagre, e
aquela pequena quantidade de alimento foi suficiente para todos, mais ainda, o
texto nos diz que ainda houve grande sobra.
Trazendo para os dias de hoje,
creio que o grande milagre que poderíamos ver operado seria a união de todos,
fomentada pelo amor ao próximo, para iniciativas de porte que pudessem
realmente ser efetivas para modificar , não só essa situação, como outras
também que esperam pelos nossos esforços e soluções.
A união de igrejas,
denominações e corações, atendendo ao chamado de Jesus no Grande Mandamento
expresso em Mateus 22.39 “Ame os outros como você ama a você mesmo.”, seria
capaz de mobilizar milhões de pessoas – só no Brasil – numa luta em prol dos
desfavorecidos sociais, com certeza com resultados efetivos.
Juntos e unidos,
formaríamos uma grande e poderosa onda , uma onda de amor, que contagiaria a
muitos outros e que seria capaz de mostrar ao mundo que só Jesus Cristo é capaz de unir forças
para o exercício do bem.
Por que não?
Atualizado e repubicado
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