Tentando Resgatar Maria... a Serva do Senhor, mas do jeito
certo!
Há tempos não lia um texto tão sensato sobre a realidade acerca de Maria, mãe de Jesus. Não posso deixar de compartilhar com vocês, nesse que é o mês que os batistas dedicam à família, o comércio dedica às mães e os católicos à Maria.
Texto produzido pelo Pr Barbosa Neto, um ex-padre , com bastante conhecimento e bom senso.
Fernando Marin
Tentando Resgatar Maria... a Serva do Senhor, mas do jeito
certo!
Pr Barbosa Neto
Geralmente, a tradição católica romana tem separado maio,
como o “Mês de Maria”. A Bendita Virgem, Maria de Nazaré, a mãe de Jesus, é a
mais famosa de todas as mulheres da Bíblia – não tenhamos a menor sombra de
dúvidas sobre isso. Para nós, cristãos evangélicos, ela é a mais famosa de
todas as mulheres do mundo através da História.
Seu privilégio é único, singular, incomparável. Ela foi nada
menos que o vaso escolhido pelo Senhor Deus para realizar o grande milagre da
encarnação do Verbo Eterno, que estava com Deus desde o princípio e era Deus
(João 1.1.14). Além de não haver precedente, a encarnação do Filho Unigênito de
Deus não se repete no transcurso das épocas ou na eternidade. “E o Verbo se fez
carne”, de uma vez por todas e para sempre.
É certo que, no maravilhoso cenário da história redentora, a
atenção se concentra na pessoa do Cristo de Deus. Maria, porém, tem ali também
um lugar de proeminência na história da salvação. Não desejamos passar por cima
de sua pessoa nem permitir que sejam somente outros que lhe rendam tributo de
admiração e respeito, se aproveitando do seu maravilhoso exemplo de submissão,
obediência e profunda piedade.
Poderíamos dizer, sem medo de errar, que Maria é patrimônio
de todos nós que professamos ser cristãos, sejamos católicos romanos ou
cristãos evangélicos. Se existe uma espécie de monopólio mariano é porque temos
permitido isso por razões teológicas e, quem sabe, pelo temor de cair nos
excessos que outros têm caído por sua devoção antibíblica a Maria, a serva do Senhor. Como resultado do que podemos chamar de
“apatia mariana”, muitos católicos romanos
pensam que não gostamos de Maria ou, no pior dos casos, que somos seu
inimigo! Ledo engano! Nada está mais longe da verdade, mas esta é a atitude que
não poucos creram ter percebido ou que alguns, maldosamente, nos têm atribuído.
Temos que corrigir essas impressões falsas e responder a toda acusação falsa no
testemunho cristológico e mariano das Sagradas Escrituras, tendo uma atitude
respeitosa para com a mãe de Jesus, o nosso Divino Salvador.
A mais linda história que já foi contada e, sem dúvida
alguma, a do nascimento de Jesus e dos fatos que envolveram Maria, a mãe do
Salvador. Visto como Deus a escolheu para ser a mãe de Jesus, temos a obrigação
cristã de estimá-la, honrando-a como o padrão da maternidade. Ela não foi uma
mulher qualquer. Maria foi uma mulher pura, santa, piedosa, virtuosa e humilde,
até o sacrifício, ela foi a Mãe do Salvador, defendamos isso. Ela conhecia bem as Sagradas Escrituras do
Velho Testamento, daí a sua fé e a beleza do seu caráter de esposa e mãe.
Isto posto, voltemo-nos para uma passagem do Evangelho de
São Lucas (1.26-56) para nos encontrarmos de novo com a bendita Virgem, a
autêntica Maria de Nazaré revelada pelo Espírito Santo através de seu servo, o
médico, historiador e evangelista Lucas. Se ela, como discípula, imitou a
Cristo, seu Filho especial, seu próprio Criador e Deus sobre si mesma, nós,
como discípulos de Jesus, devemos fazer o mesmo. Mas, para tal, torna-se imprescindível
enxergar honestamente o que a Bíblia Sagrada afirma a seu respeito sobre os
seus privilégios, as palavras que foram dirigidas a ela, e o que ela afirma de si mesma.
Maria teve o privilégio de se tornar a mãe de Jesus, daí
porque sua prima Isabel, cheia do Espírito Santo, exclamou alegremente ao vê-la
entrar em sua casa: “Bendito és tu ENTRE as mulheres, e bendito o FRUTO do teu
ventre” (Lucas 1.42). Observem que Isabel, não chamou Maria de “bendita ACIMA
de todas as mulheres”, porém apenas “bendita ENTRE as mulheres”. Porque
“bendito” ACIMA de todos os homens existe apenas um, “o FRUTO” do ventre de
Maria, ou seja, Jesus Cristo, Homem! Os dogmas é que modificaram o que nos diz
as Sagradas Escrituras, e eis aí a nossa dificuldade em aceitar o que os religiosos
católicos romanos passaram a proclamar sobre Maria, que não tem nenhum apoio
nas Sagradas Escrituras.
Meu espaço é diminuto para tratar de assunto tão sério, com
riqueza de detalhes. Mas mesmo assim, deixem-me trazer o testemunho de um dos
sacerdotes católico romano mais sério que conhecemos: Pe. José Fernandes de
Oliveira, SCJ, o Padre Zezinho, conhecidíssimo também entre nós. Quem já não
cantou algumas de suas canções, para seu deleite espiritual como “Um certo
Galileu”, “Amar como Jesus amou”, “Estou pensando em Deus” e tantas outras? Ele
escreveu algo muito sério sobre Maria em seu livro: “Maria do Jeito Certo –
reflexões e entrevistas”, sobre os limites de Maria, obra esta que surpreendeu
e chocou a muitos católicos romanos.
Vejam o que ele diz: “Não sei tudo o que deveria saber sobre
Deus e sobre Maria, mas sei o suficiente para lembrar aos irmãos católicos que
exageram o papel da mãe de Jesus, que o Filho dela ainda é o Senhor e a ele é
que tudo foi dado pelo Pai (Mateus 11.27; João 3.35)”, pág. 14; “Sobre Maria há
muito que dizer, mas pode-se dizer muito e de menos, muito e demais, pouco e de
menos, pouco e demais. Depende do tamanho da heresia ou da indiferença. É tão
errado elevar Maria demais quanto diminui-la!”; “Ela tem o seu justo lugar na
história da salvação e deveria tê-lo também nas Igrejas e em seus grupos. Não é
um lugar de deusa, com também não é o de
uma mulher qualquer. Quem deu à luz alguém como Jesus não é um acidente
histórico. Jesus não nasceu por acidente. Deus o queria aqui como filho bem
amado e escolheu Maria para ser a mãe. E ela soube cumprir muito bem o seu
papel” pág. 17; “Há irmãos que colocam
Maria num pedestal onde nem ela gostaria de estar. Exageram o seu papel no Reino
anunciado por Jesus. Há outros que a diminuem,. Tem até medo de elogiá-la.
Entre os evangélicos, há os que a aceitam com timidez e moderação e os que são
capazes de pregar sobre Judith, Ester, Suzana, Rebeca, Eva, Agar, Abigail e
Noemi, mas passam anos sem falar da mãe de Jesus. E, quando falam, é para
diminuí-la e criticar os exageros dos católicos. Mas, verdade seja dita, há
outros que falam de maneira maravilhosa sobre a Mãe do Cristo. Seria uma
calúnia abominável dizer que os evangélicos não louvam nem amam Maria. Depende
da Igreja e do pregador. E eles sabem disso. E não são poucos os que reagem nas
suas igrejas quando um deles a deprecia ou diminui”, pág. 22; “Somos milhões de
poços de contradições. Proclamamos nossa fé no Cristo e admiramos Pedro, Paulo,
Tiago, João, Mateus e outros; citamos seus escritos e seus feitos;
entendemo-nos maravilhosamente bem quando se trata dos apóstolos, mas brigamos
por causa da mãe de Jesus. Aí, há os que a superexaltam e os que a diminuem”,
pág. 23).
Teríamos muito mais a dizer. Maria não é uma mulher qualquer,
ela é a mãe do Salvador, não nos esqueçamos disso jamais! Mulher crente e
devota, humilde e obediente, submissa à vontade divina, mãe e esposa exemplar.
Mas não uma deusa como muitos a colocam num pedestal sem se aperceber disso.
Maria ensina-nos, em palavra e ação, o que significa ser fiel a Deus, custe o
que custar. Não procura atrair a atenção para a sua pessoa! Dirige a atenção
para Deus, pelo que Ele é e pelo que Ele tem feito e pelo que fará a favor dos
que o temem.
Esta é a Maria, a serva do Senhor, revelada pelas Sagradas
Escrituras e não pelos dogmas, que resgatamos. Ela merece o nosso profundo
respeito e a nossa sincera admiração! Seu exemplo de fé, obediência e devoção é
digno de ser imitado, especialmente no que diz respeito à fé que, para sua
salvação, ela depositou somente no Senhor! Ela disse: “O meu espírito de
alegrou em Deus, meu Salvador” (1.47). Esta é a Maria que amamos e queremos
resgatar o seu justo lugar, mas como “Maria do Jeito Certo”, segundo as
Sagradas Escrituras.
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