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domingo, 19 de janeiro de 2014

Os Desvios no Caminho




                                                Os Desvios no Caminho

Por: Fernando Marin
  Muitas vezes, tenho vontade de escrever sobre algum fato, porém confesso que falta estímulo. Dessa vez, esse estímulo veio do amigo Pr Gabriel de Souza Ferreira, que está servindo em Caxias do Sul (RS), que me ‘cobrou’ um artigo sobre mais uma dessas coisas absurdas a que temos vivenciado em termos de igreja nos dias atuais.
  Mas, confesso que semana passada algumas postagens me chamaram a atenção, dentro do mesmo assunto. A primeira, veio da parte do Pr Renato Vargens, acompanhada de uma figura que mostrava o símbolo da Copa 2014 e a relacionava com aquela postura típica do Chico Xavier, quando ele psicografava suas mensagens.
  Na verdade, o Pr Vargens estava compartilhando uma postagem em uma rede social, onde o autor afirmava que existe uma ‘propaganda subliminar do espiritismo’ no símbolo da competição, desconhecendo totalmente o real sentido da logo, que mostra a importância da reflexão sobre as questões mundiais.
  Ora, não só eu, como muitos, tem tomado conhecimento de uma série de ‘demonizações’ da parte de evangélicos que recaem sobre vários tipos de produtos, tais como, de uma determinada marca de refrigerante, de uma certa fábrica de motocicletas, até de uma bebida à base de soja, cujo nome parece – mas não é . Bom, tem crente que não compra a maionese Hellmann’s porque diz que é dedicada ao diabo (hell = inferno, em inglês).
  Meu Deus! Onde vamos parar? Costumo dizer que, sendo filho de Deus, não devo de forma alguma temer ao diabo, ao contrário, o capeta é quem deve temer a mim! Há dias, fui procurado por alguém que me perguntava se é pecado assistir aos fogos de final de ano na praia. Respondi que não via pecado nisso, conheço até igrejas que costumam terminar seus cultos de virada de ano um pouco antes da meia-noite para que os fiéis possam assistir à queima, afinal, por que a pergunta? Fiquei pasmo quando a pessoa me respondeu que o seu pastor, de púlpito, deixou claro à sua congregação que quem fosse assistir aos fogos estaria em pecado e em desobediência, já que naquele dia muitos adeptos das religiões afro costumam cultuar nas praias e, por isso, elas seriam ‘habitadas’ pelo diabo em 31 de dezembro, não sendo, portanto, lugar adequado aos crentes.
  Parece que muitos hoje atribuem poder em demasiado ao diabo, às vezes até mais do que a Jesus. Entendo que quando entregamos nossas vidas a Ele, a fé nos faz fortalecidos para enfrentarmos as tentações e vencermos o mal ( Tiago 4.7 “  Sujeitai-vos, pois, a Deus, resisti ao diabo, e ele fugirá de vós.”). Assim, não vejo porque deveríamos temer qualquer exposição ao mal sabedores da presença do Espírito Santo em nosso coração.
  O segundo fato que me chamou a atenção foi uma leitura em um portal de notícias, que mostrava um vídeo  (http://noticias.gospelmais.com.br/pastora-deficientes-fisicos-proibidos-pregar-assista-64228.html)  onde uma pastora colombiana afirmava que, em sua igreja, pessoas portadoras de deficiências físicas ou amputados não podem pregar, já que, no seu entendimento o público não gosta de ver gente assim. A pastora insiste e afirma que é uma questão de estética e de consciência,   e que as pessoas não retornariam à igreja se um deficiente ou amputado assumisse o púlpito , e que em sua denominação pessoas nessas condições não podem pregar porque é a igreja “é dirigida pelo Espírito Santo, e um só Deus quem governa”.Às vezes nem sei o que dizer!
  Realmente ,parece que temos formado membresia, mas não discípulos verdadeiros. Essa pastora não deve conhecer a Bíblia, que em pelo menos 6 versos ensina a não-acepção de pessoas. Citarei apenas um, Tiago 2.9 – “Mas, se fazeis acepção de pessoas, cometeis pecado, e sois redarguidos pela lei como transgressores.”. Pobre dela! Haverá, um dia . de prestar contas desses atos insanos!
  Mas, o que mais me surpreendeu, o que mais me chamou a atenção, o que mais me deixou atônito, foi um vídeo, onde o pregador, em um templo grande e lotado, pregava enfaticamente que Jesus tinha casa , e boa, ... na praia! E que essa casa teria sido adquirida com o dinheiro que Ele teria ganhado na marcenaria que Jesus teria herdado de seu pai aos 12 anos de idade. Assim, os móveis que levavam meses para serem aprontados, com Jesus no comando passaram a serem fabricados instantaneamente, o que teria feito prosperar de tal forma a marcenaria que o Mestre enriquecera.
  Apesar de até mesmo citar o texto bíblico de Mateus 8.20 (“E disse Jesus: As raposas têm covis, e as aves do céu têm ninhos, mas o Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça.”), e de se saber da itinerância do ministério do Mestre, o pregador continua até o final da mensagem insistindo na casa (boa) de praia que Jesus possuiria.
  Além disso, o pastor prega uma série de heresias e fatos desconexos, tudo com os aplausos da congregação. Só vendo para crer!
  Afinal, o que está acontecendo com a igreja hoje? Parece que cada um tem o seu próprio evangelho, a sua própria verdade e as pessoas, desavisadas, acabam crendo em sandices e em desvios da verdadeira Palavra de Deus.
  É tempo para que nos ocupemos mais com o discipulado do que com a quantidade de membros, já que de nada adianta vermos os templos lotados de gente que pouco ou nada sabe acerca da Verdade, e que, por isso, acaba se embrenhando por desvios do Caminho, desvios esses que, com certeza, irão levá-la a outras paragens, bem diferentes daquelas ensinadas por Cristo.
 “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus.” (Mateus 7.21)
Fernando Marin