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quinta-feira, 12 de abril de 2018

A insegurança nossa do dia-a-dia II



A Insegurança nossa do dia-a-dia  II


Por: Fernando Marin


  A violência hoje está disseminada por toda parte. Basta ligar a tv para nos depararmos com fatos que envolvem mortes, ferimentos, tiroteios, roubos, me parece que as autoridades já perderam o controle da situação, pelo menos no Rio de Janeiro.

  Os bandidos agora não escolhem mais locais e nem horários para praticarem seus delitos, eles agem à vontade, armados até os dentes, deixando a população dependente da proteção divina, já que a polícia não tem conseguido diminuir os índices de criminalidade.

  Os roubos são cada vez mais frequentes e violentos, hoje se assalta um estabelecimento comercial de pequeno porte usando fuzis, armas de guerra e com grande poder de matar e de destruir, que chegam às mãos dos delinquentes com relativa facilidade.

  Em alguns locais as seguradoras já se negam a contratar seguros para automóveis, tal é a quantidade de roubos. Em outros, os valores do seguro subiram bastante, numa maneira das empresas compensarem as perdas que vem sofrendo.

  Como se não bastassem os traficantes, que aterrorizam o povo- principalmente os que vivem nas comunidades carentes – agora surge a milícia, um poder paralelo que explora esses moradores com atividades diversas, venda de gás, transporte alternativo, tv a cabo, taxas para segurança, ameaçando aqueles que se negam a pagar ou que se insurgem contra essas ilegalidades, causando ainda mais violência e sofrimento para as pessoas mais pobres.

  O estado não vem conseguindo atuar com firmeza na questão da segurança pública, as dificuldades econômicas deixaram a polícia sucateada e sem recursos para agir como deveria. Por outro lado, a corrupção é outro fator que acaba favorecendo o crime e dificultando o seu combate.

  Vemos ainda uma omissão muito grande na fiscalização efetiva das fronteiras, o que favorece que armas e drogas circulem com relativa facilidade pelo território nacional, chegando às mãos dos traficantes nas grandes cidades de diferentes formas e meios.

  A Polícia Rodoviária Federal também carece de recursos para fiscalizar com algum rigor milhares de quilômetros de rodovias que cortam o país, facilitando a circulação de mercadorias contrabandeadas, roubadas e armas, munições e drogas, e assim os bandidos conseguem se abastecer sem muita dificuldade.

  Recentemente, foi decretada uma intervenção federal na área da segurança pública no estado do Rio de Janeiro, uma medida extrema que visa uma reorganização dos órgãos de segurança no estado, expurgando os corruptos e usando tropas militares federais no combate à criminalidade, intervenção essa que, até o presente momento, não apresentou grandes resultados.

  Através desse rápido relato vemos que há muito o que se fazer, e não entendo por que não se faz ou nunca se fez.

  A questão das fronteiras é primordial. O país possui efetivo militar que tem condições para o trabalho, desde que hajam recursos destinados para isso. O mesmo pode acontecer nas cidades, uma melhor distribuição de recursos para que a segurança, direito do cidadão, volte a dar qualidade de vida às pessoas.

  É mais que necessário que se dote a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal dos meios necessários para o bom desenvolvimento de suas funções, garantindo uma fiscalização mais efetiva nas fronteiras e nas nossas rodovias, impedindo que drogas e armas cheguem ao destinos com facilidade.

  Mas, paralelo a isso é urgente que se trabalhe para melhorar setores que são considerados como preventivos à criminalidade, ou seja, melhorar a qualidade de vida dos menos favorecidos, através de uma atuação efetiva do estado nas áreas carentes, com educação, capacitação profissional, saúde e perspectivas de trabalho e renda. Segurança não é apenas questão policial, mas social. O crime cresce na ausência do governo em oferecer os serviços básicos à população, e enquanto isso não ocorrer com eficiência no Brasil a violência continuará a ceifar vidas. Basta copiarmos exemplos de países desenvolvidos, onde a criminalidade tem índices baixíssimos para atingirmos o mesmo ponto, em algumas décadas.

  Infelizmente, não vemos no país iniciativas efetivas para melhora de vida da população em geral. O governo gasta muito – e mal – para sustentar a própria máquina, pouco sobrando para investimentos sociais importantes. A nossa estrutura de cobrança de impostos é pesada e ineficiente, favorecendo uma alta arrecadação para o governo central (federal), outra parte relevante para os estados e a menor para os municípios, que são os responsáveis por parte significativa do atendimento aos cidadãos.  A atual estrutura apenas favorece aos políticos mais graduados, que todos os dias recebem pedidos de governadores e de prefeitos, ávidos por verbas federais, e muitas vezes as distribuem com critérios pessoais e fisiológicos.

  Sugiro uma reforma tributária séria, que encolhesse a sonegação e com uma estrutura de arrecadação mais leve e mais barata, que priorizasse os municípios favorecendo uma melhoria no atendimento à população.

  Urgente também uma melhoria significativa na qualidade da educação pública, proporcionando  uma grade de matérias que efetivamente eduquem os jovens, com o retorno das aulas de Moral e Civismo, Organização Social e Política do Brasil, recriando os sentimentos de civismo e de amor à pátria, hoje esquecidos e abandonados, resgatando a noção de cidadania e de respeito à lei e às autoridades, que se perdeu ao longo do tempo.
Lamentavelmente  o brasileiro é visto como um povo que gosta de “levar vantagem”, um povo que vende seu voto por qualquer promessa, um povo omisso à participação política , de baixa cultura, e disso se aproveitam os maus políticos para se locupletarem e nada fazerem pela população.

  Urgentíssima também uma reforma séria na nossa legislação penal, extremamente frágil em relação ao tipo de criminalidade atual, que em muitos casos favorece ao criminoso e cria uma enorme sensação de impunidade, e a impunidade é um ótimo combustível para o crime. Necessitamos de leis mais severas que efetivamente punam a quem comete crimes com rigor, aliadas a um Código de Execuções Penais mais coerente e de um sistema prisional digno e que ofereça uma real condição de recuperação do preso e a sua reinserção social.

  Nisso tudo creio que a igreja também possui um papel fundamental, já que ela forma discípulos de Cristo, através do aprendizado da Bíblia e de tudo aquilo que Jesus ensinou, e isso inclui honestidade e lisura em tudo o que fazemos.

  Não poderia deixar de citar as palavras de Paulo, na Carta aos Romanos, onde em seu Capítulo 13, versos 1 ao 7, o apóstolo nos dá uma aula de como devemos nos comportar em relação às leis e autoridades constituídas:


Obediência às autoridades
1Obedeçam às autoridades, todos vocês. Pois nenhuma autoridade existe sem a permissão de Deus, e as que existem foram colocadas nos seus lugares por ele. 2Assim quem se revolta contra as autoridades está se revoltando contra o que Deus ordenou, e os que agem desse modo serão condenados. 3Somente os que fazem o mal devem ter medo dos governantes, e não os que fazem o bem. Se você não quiser ter medo das autoridades, então faça o que é bom, e elas o elogiarão. 4Porque as autoridades estão a serviço de Deus para o bem de você. Mas, se você faz o mal, então tenha medo, pois as autoridades, de fato, têm poder para castigar. Elas estão a serviço de Deus e trazem o castigo dele sobre os que fazem o mal. 5É por isso que você deve obedecer às autoridades; não somente por causa do castigo de Deus, mas também porque a sua consciência manda que você faça isso.
6É por isso também que vocês pagam impostos. Pois, quando as autoridades cumprem os seus deveres, elas estão a serviço de Deus. 7Portanto, paguem ao governo o que é devido. Paguem todos os seus impostos e respeitem e honrem todas as autoridades.” ( NTLH)

  Paz para todos!


Fernando Marin