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terça-feira, 25 de novembro de 2014

Ética e Meio Ambiente




  Semana passada me chamou a atenção – e eu até mesmo compartilhei – o desabafo de uma diretora de escola gaúcha que passou por diversos questionamentos e críticas pelo fato de que estava vistoriando as mochilas dos alunos que chegavam para as aulas na escola que dirige. 

  Alguns pais, inconformados com essa “violência”, chamaram a polícia a fim de impedirem tal “arbitrariedade”, pais esses que, segundo a diretora, sequer comparecem às reuniões e eventos que acontecem na escola, que não demonstram qualquer interesse no que acontece no dia a dia escolar de seus filhos ( link para essa matéria : http://pioneiro.clicrbs.com.br/rs/geral/cidades/noticia/2014/11/minha-vontade-e-entregar-o-cargo-desabafa-diretora-do-santa-de-caxias-apos-polemica-sobre-revista-em-mochilas-4647809.html ).

  Essa foi a única maneira encontrada por ela para impedir a entrada de drogas na escola, fato que vem se tornando corriqueiro em todas as partes do país, e assim salvaguardar os alunos desse mal que assola a sociedade hoje.

  Só quem atua em sala de aula sabe das dificuldades hoje. A falta de limites, de respeito, de interesse pelo aprendizado tem se tornado uma rotina. Os professores estão cansados , desestimulados por não verem seu trabalho render bons frutos.

  O que será do amanhã?

  Costumo dizer aos meus alunos que sou de um tempo em que aprendíamos Moral e Civismo, Organização Social e Política do Brasil, formávamos no pátio da escola para hastearmos a bandeira, cantando o Hino Nacional, o Hino a Bandeira ( “existe isso”, me perguntam??), o Hino à Independência.

  E hoje? Raras são as escolas onde isso ainda acontece. Os jovens perderam a noção dos símbolos nacionais,. do amor à pátria, do respeito, são, de uma maneira geral, desinteressados pelos assuntos que dizem respeito á política, gostam de aproveitar feriados, mesmo sem saberem o porquê deles.

  Onde iremos chegar? Qual será o futuro dessa nação? A quem interessa tudo isso?

  Ainda acredito em salvação, e isso se torna mais real quando encontro entre meus alunos pessoas que estão, sim, preocupadas com mas questões que nos cercam, como o meio ambiente, a ética.

  Vou reproduzir abaixo um trabalho que recebi da aluna Andressa Amorim, do curso Técnico em Mecânica, que produziu seu comentário após assistir a um vídeo por mim recomendado, que fala da ética em relação ao meio ambiente.

  Nem tudo está perdido!


Fernando Marin


Ética e Meio Ambiente

  "A humanidade encontra-se em grande conflito entre salvar o mundo, as pessoas e os negócios financeiros - essa sempre foi uma questão delicada quando o assunto é discutir sobre um todo.

  Afinal é o dever que leva o homem a fazer uma coisa certa não a sua moral, ou seja, existe no homem apenas o desejo de fazer as coisas por dever. Exemplo: eu não devo matar os animais, não devo derrubar as árvores, não devo jogar lixo na rua, não devo desperdiçar a água, etc.

 Mas também posso fazer tudo isso sem que ninguém veja, fazer pensar que sou bom, que faço o bem. Mas ,engano, porque com este pensamento não chegaremos a lugar nenhum, só destruiremos a nós mesmos.

  De fato queremos melhorar nossa condição de vida, só que com isto derrubamos meia floresta ,assim dá para construir grandes edifícios, parques de diversões, estradas, grandes industrias têxteis, químicas, bélicas, alimentícias, desta forma não destruiremos de fato muito a natureza. É verdade que o homem tem desejo de evoluir, mas por que não replantar a meia floresta que foi derrubada? Porque desta forma também necessitará desta "meia floresta" que sobrou para construir muito mais.

  Contudo faltará o nosso ar, nossa sombra, a melhor forma de combater os raios ultravioletas que tem ficado cada vez mais perigosos, até o ar que nada fez para merecer entrou nessa guerra e sofre constantemente com os efeitos da  evolução do homem e suas industrias ,poluindo nossa camada protetora, nos adoecendo as poucos, nos matando lentamente.

  Onde se encontra a ética que visa a necessidade de avaliar o comportamento e o pensamento do homem nas mais diversas questões mundiais?

  Se desde a infância os homens construíssem valores morais as nossas crianças não estariam sofrendo com o aquecimento global, não falaríamos em animais em extinção, queimadas, desflorestamento, desertificação, elevação de mares e rios.

  Com a ajuda de  todas as instituições, congressos e  órgãos  encarregados de cuidar dessas questões não só falaríamos em combater como destacaríamos o real problema e poríamos em execução essas teorias de preservação ,mas existe um problema, a alma dos negócios fala mais alto.

  Por que querer investir em preservação? Era essa a pergunta que os nossos administradores e governantes se questionavam, por que  investir, mais simples iludir-nos com propagandas, falar um pouco sobre a poluição dos mares e outros seres marinhos, sobre as queimadas e o efeito estufa, pode-se  “marketinizar”  sobre estas questões  que depois de um tempo todo mundo esquece, mas na verdade ninguém esquece por que existem pessoas morais que lutam contra esses pensamentos: órgãos públicos, a ONU e outras instituições que combatem diariamente para manter a salvo o nosso planeta, que não se preocupam em somente salvar o nosso Lar Terra, mas também as pessoas, especialmente as pessoas.

  Cadê o Deus em cada ser vivo? Por que essa fome em conhecer os mistérios da vida, se Deus existe isso não basta?

  Não, a verdade é que não basta porque ainda tem aqueles que não creem, e eles precisam da ciência para provar muitas coisas, eles querem a evolução das espécies, dar nomes a seres viventes.

  Todo esse fundamento se esconde quando destruímos os sonhos dos pequeninos, quando tiramos sua infância e os transformamos em viciados, ladrões, corruptos, vigaristas, assassinos, psicopatas ,exploramos com trabalhos escravos, sexualmente,  tudo por dinheiro e um bem-estar que causa mal e tira a própria felicidade, que lhe obriga a ir pra guerra.

  Mas e o nosso Deus? Ele sempre está conosco, porém o egoísmo fala mais alto, nossas críticas não são aceitas nem opiniões ou/e ideias não contam, a não ser, é claro, que tenham algum valor real para a alma financeira.

  Eis que temos de parar de tentar matar a nós mesmo e nos salvar; e salvar o nosso planeta também afinal ele nos salva todos os dias com água, ar, frutos e vida, o que há de errado em contribuir?!

  A vida é bela  com tudo o que Deus fez."

                                                     Macaé, 18 de novembro de 2014

Cemal Treinamentos - MEC 03/14

Professor: Fernando Marin
Disciplina: Ética e Mercado de Trabalho
Aluna: Andressa Amorim

terça-feira, 11 de novembro de 2014

O Papa Francisco I



O Papa Francisco I


  Estando em uma sala de espera, peguei para ler um jornal que se encontrava disponível, uma publicação de uma igreja católica com matérias interessantes, sendo uma delas artigo escrito pelo próprio Papa Francisco e uma outra, que o cita, escrita pelo Padre Alexandre José Albuquerque.

  Talvez alguns de vocês estranhem o fato de eu estar citando material oriundo da igreja romana, mas, gosto de lembrar que são cristãos, assim como os evangélicos o são também, com problemas em comum.

  No artigo escrito pelo líder da igreja romana, cujo título é ‘ Ciúme e inveja desmembram a Igreja, que é corpo de Cristo”, Francisco faz um sermão bastante tranquilo sobre  questões a que todos nós estamos acostumados a assistir no seio da igreja, seja de que denominação for. Ele diz, por exemplo, que  não devemos sentir ciúmes, mas sim apreciar nas nossas comunidades os dons e qualidades dos nossos irmãos. Afirma que o ciúme ‘enche o coração, tornando-o ácido e infeliz”.  

  Aconselha, ainda, que demonstremos a nossa proximidade aos que sofrem,  de sermos gratos a todos os que cooperam e que não devemos nos sentir superiores a ninguém. Tudo com embasamento bíblico.

  Porém, o que me chamou mais a atenção foi mesmo o texto de autoria do padre Alexandre, onde ele faz uma citação do papa que realmente me impactou. Por isso, irei reproduzir o texto, para que cada um o leia, reflita e se posicione na sua comunidade.


Fernando Marin


“Não quero uma Igreja preocupada em ser o centro”


  Nesse mês repasso na íntegra o número 49 da Exortação Evangelli Gaudium do Papa Francisco. Texto tão bonito e tão forte que serão desnecessários meus comentários. Reflitamos:

”Saiamos, saiamos para oferecer a todos a vida de Jesus Cristo! Repito aqui, para toda a igreja, aquilo que muitas vezes disse aos sacerdotes e aos leigos de Buenos Aires: prefiro uma igreja acidentada, ferida e enlameada por ter saído pelas estradas, a uma igreja enferma pelo fechamento e a comodidade de se agarrar às suas próprias seguranças.

  Não quero uma igreja preocupada com o ser centro, e que acaba presa em um emaranhado de obsessões e procedimentos. Se alguma coisa nos deve santamente inquietar e preocupar a nossa consciência é que haja tantos irmãos nossos que vivem sem a força, a luz e a consolação da amizade com Jesus Cristo, sem uma comunidade de fé que os acolha, sem um horizonte de sentido e de vida. Mais do que o temos de falhar, espero que nos mova o medo de nos encerrarmos nas estruturas que nos dão uma falsa proteção, nas normas que nos transformam em juízes implacáveis, nos hábitos em que nos sentimos tranquilos, enquanto lá fora há uma multidão faminta e Jesus repete-nos sem cessar: ‘Dai-lhes vós mesmos de comer (Mc 6.37)”.

Padre Alexandre José Albuqueruqe 

Fonte: Bendito - Paróquia N.Sra da Conceição

 Francisco (em latim: Franciscum), nascido Jorge Mario Bergoglio SJ é o 266.º Papa da Igreja Católica Apostólica Romana e atual chefe de estado do Vaticano. É o primeiro jesuíta e o primeiro sul-americano a ser eleito Papa, além de ser o primeiro pontífice não-europeu em mais de 1200 anos. Arcebispo de Buenos Aires desde 28 de fevereiro de 1998 e cardeal-presbítero desde 21 de fevereiro de 2001, foi eleito em 13 de março de 2013.


domingo, 2 de novembro de 2014

Os Palestinos, Israel e a Igreja - Parte Final




 Os Palestinos, Israel e a Igreja - Parte Final

 Essa é a parte final da história que nos mostra as origens dos conflitos entre Israel e Palestina. O artigo completo, dividido em 3 partes, é de autoria do Pr Julio César Paiva Gonçalves, a quem agradeço pela autorização para a publicação aqui no blog.

 A leitura das três partes dará o entendimento pleno dessa questão, que tanto tem entristecido ao mundo.

Fernando Marin


 Os Palestinos, Israel e a Igreja - Parte Final


QUEM É O ISRAEL DE DEUS HOJE?

 Mais uma vez entramos em terreno pantanoso, porém, necessário. Se queremos entender com profundidade o conflito na Faixa de Gaza, bem como a rixa milenar entre muçulmanos e judeus, precisamos compreender que a inaceitação de Israel frente aos territórios ocupados pelos palestinos remete-se, em seu entendimento, a uma promessa: de que é povo sagrado do Senhor, nação escolhida pelos céus como herdeira de uma herança irrevogável. Mas, será de fato isso ainda válido hoje?

 Como já apresentamos na última semana, a eleição de Israel repousa sobre Abraão, que ganha a promessa de uma terra peculiar:
Disse o Senhor a Abrão, depois que Ló separou-se dele: "De onde você está, olhe para o Norte, para o Sul, para o Leste e para o Oeste: Toda a terra que você está vendo darei a você e à sua descendência para sempre. Tornarei a sua descendência tão numerosa como o pó da terra. Se for possível contar o pó da terra, também se poderá contar a sua descendência. Percorra esta terra de alto a baixo, de um lado a outro, porque eu a darei a você". (Gênesis 13:14-17)

 À luz das Sagradas Escrituras não há o que discutir. Houve uma promessa de Deus sobre a vida de Abraão e seus descendentes. Entretanto, e aqui está um ponto relevante, as promessas de Deus sempre foram condicionadas à obediência:
“Se, todavia, o seu coração se desviar e vocês não forem obedientes, e se deixarem levar, prostrando-se diante de outros deuses para adorá-los, eu hoje lhes declaro que sem dúvida vocês serão destruídos. Vocês não viverão muito tempo na terra em que vão entrar e da qual vão tomar posse, depois de atravessarem o Jordão”. (Deuteronômio 30:17-18)

 Paulo, que não estava condicionado ao dispensacionalismo teológico, interpreta a era atual como a era da igreja. Ou seja, nós, os que cremos em Jesus, somos hoje o Israel de Deus, a verdadeira descendência de Abraão, a partir da primeira vinda de Cristo:
Não pensemos que a palavra de Deus falhou. Pois nem todos os descendentes de Israel são Israel. Nem por serem descendentes de Abraão passaram todos a ser filhos de Abraão. Pelo contrário: "Por meio de Isaque a sua descendência será considerada". Noutras palavras, não são os filhos naturais que são filhos de Deus, mas os filhos da promessa é que são considerados descendência de Abraão. (Romanos 9:6-8)

 Israel, então, foi esquecido pelo Senhor? De modo nenhum! Haverá um remanescente, um povo da linhagem física de Abraão, fiel a Jesus e guardado para os últimos dias:
Pergunto, pois: Acaso Deus rejeitou o seu povo? De maneira nenhuma! Eu mesmo sou israelita, descendente de Abraão, da tribo de Benjamim. Deus não rejeitou o seu povo, o qual de antemão conheceu. Assim, hoje também há um remanescente escolhido pela graça. Irmãos, não quero que ignorem este mistério, para que não se tornem presunçosos: Israel experimentou um endurecimento em parte, até que chegasse a plenitude dos gentios. E assim todo o Israel será salvo, como está escrito: "Virá de Sião o redentor que desviará de Jacó a impiedade. E esta é a minha aliança com eles quando eu remover os seus pecados". (Romanos 11:1-2, 5, 25-27)

 É preciso entender isso com mais clareza. O Estado de Israel que conhecemos hoje, como um país legitimado pela ONU, não representa o povo da aliança com Deus. Israelita, dentro da ótica neotestamentária, é uma questão do coração, e não mais de raça. O fato de Israel ter se organizado como nação autônoma novamente em 1948, e voltado para o território bíblico, não está associado ao cumprimento de profecias messiânicas, pois todos os textos que tratam da volta de Israel para a terra sagrada referem-se ao Reino Milenar de Cristo, após, evidentemente, o seu segundo retorno.

 Mas, fazendo jus à irrevogabilidade das promessas celestes – e aqui quero a sua atenção – como vimos no texto acima, haverá um retorno dos judeus ao Senhor nos últimos tempos, quando cessar o tempo do seu endurecimento espiritual.

 A pergunta mais importante a ser feita é: você faz parte do Israel de Deus hoje? Os que estão em Cristo podem, de forma inconfundível, ser chamados de povo eleito do Senhor! Alegre-se nessa realidade, meu amigo e irmão!


Julio Cesar Paiva Gonçalves