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terça-feira, 9 de agosto de 2016

Cotidiano V



Cotidiano V

Tantos assuntos importantes acontecendo e eu sem tempo para escrever!!

Por isso, tenho recorrido ao que os amigos postam. E lendo esse material, publicado pelo amigo Pr Barbosa Neto, um defensor árduo da família, da ética e do Evangelho, não pude deixar de compartilhá-lo com vocês.

Afinal, como anda a família brasileira? O que temos feito em prol dela?

Há tempos vimos a dissolução familiar acontecendo dia a dia, mas parece que somos poucos os que defendem a estrutura familiar formal. Sinto que estamos perdendo terreno para todo o tipo de liberalidade!

Ainda tenho a esperança de dias melhores, mesmo assistindo ao desabamento da sociedade moderna.
A leitura do texto é leve, interessante e reflexiva.

A segunda postagem também é muito oportuna, e vem nos trazer à tona a questão da criação de nossos filhos.

Fernando Marin


Papai ainda mora aqui?

Estranhando a prolongada ausência do pai em casa, a neta de Magali Cunha chegou para avó e perguntou: "Vó, o papai ainda mora aqui?"

A pergunta da menininha me fez recordar um episódio semelhante, vivido por Billy Graham. Logo no início de seu ministério, o evangelista foi com sua equipe realizar as chamadas cruzadas na distante Austrália. Por lá, ele e a equipe ficaram muito tempo. Meses depois, quando Billy retornou a casa, o filho Franklin olhou estranho para o pai e foi perguntar à mãe quem era aquele homem.

Muitas vezes as exigências da vida roubam de nós o tempo que gostaríamos de dedicar aos nossos familiares. Mas uma coisa é certa: precisamos definir as prioridades. Se os filhos são pequenos, eles devem receber a devida atenção. Até porque, não ficarão pequenos para sempre, nem para sempre ficarão conosco. É comum encontrar pais que olham para trás e lamentam que não tenham podido dar mais tempo aos filhos. Agora, que gostariam de fazer isso, os filhos já cresceram e têm outros interesses! Por essas e outras é que o Eclesiastes ensinava que "TUDO tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu" (Ec 3.1). Há um tempo, definido e limitado, quando podemos jogar bola com o filho, brincar de boneca com a filha, brincar de casinha, correr, empurrar de leve o filho num balanço, enfim... ser um pai ou mãe que dedique tempo para curtir a infância dessas pequenas criaturas que o Criador, por pouco tempo, nos emprestou. Quanto mais quando se sabe que essas serão as memórias mais gloriosas que conservarão consigo pelo resto de suas vidas!

O grande desafio que a vida coloca aos pais do século XXI é justamente encontrar o equilíbrio entre o presente e o futuro. Será que vale a pena dar aos filhos um futuro de riquezas perdendo com isso a vivência com eles na infância? Para achar esse equilíbrio, os pais necessitarão da suprema sabedoria do Céu.

Pr. João Soares da Fonseca

Enviado por:

Pr. José Rene Toledo - rene@batistas-mg.org.br




O Mundo Tenebroso, materialista e inadequado das "novas" festas infantis.


Bolo, balão, brigadeiro, amigos, familiares e parabéns. Onde encontramos todas essas coisas? Em festas de aniversário, especialmente nas de crianças, é claro! Infelizmente essa afirmação já não é tão óbvia assim nos dias atuais, quando as festas, nas classes médias e elites, ganharam espaços e formatos bem singulares – na maioria das vezes inadequados para os pequenos e massificados pelo mercado.
Sem tempo de preparar as festas dos filhos com a devida atenção os pais, hoje, acabam recorrendo a um mercado extremamente rentável de festas infantis customizadas que fazem tudo sob medida para o aniversariante. Os preços começam de aproximadamente R$ 2,5 mil e chegam até a espantosa soma de R$15 mil, segundo reportagem do ano passado.
Comecei a refletir sobre esse fenômeno no final dos anos 90, por ocasião do boom das festas em bufês. Nelas, a única coisa que remete ao aniversariante e à infância é, muitas vezes, o convite com a assinatura da própria criança. Ao chegar, você se depara com um baú onde deve “depositar o presente ao homenageado” – é esse o verbo usado pela recepcionista que fica na entrada. Depositar o presente, sem se esquecer de anotar seu nome no embrulho, para a criança saber, quando chegar em casa e abrir seu baú cheio de presentes, muitos repetidos, quem foi o “ coleguinha remetente”. Aquela delícia de dar o presente, escolhido a dedo ou feito com as próprias mãos; e de receber, desembrulhar e agradecer parece estar fora de moda.
A festa se desenrola, na maioria das vezes, em horário e com músicas, comidinhas ou brincadeiras nada adequadas à faixa etária convidada. No decorrer da comemoração, o pequeno aniversariante é estimulado, incansavelmente, por animadores que a todo momento nos fazem lembrar que hoje é o seu dia – e não do personagem famoso, geralmente licenciado, estampado nos quatro cantos do salão tentando roubar a cena das crianças.
A decoração em geral não foge ao padrão princesas para as meninas e super heróis para os meninos – como dita Walt Disney. Enquanto isso os pais, aqueles que conseguiram acompanhar seus filhos, ficam geralmente tomando uma bebidinha e jogando conversa fora, num merecido momento de descontração. Mas quem acompanha as crianças nas festas são, muitas vezes, as ditas folguistas – as babás de fim de semana –, que formam um séquito de branco de olhos atentos nos pequenos.

No fim da festa, a criança geralmente volta para casa exausta com tantos estímulos sonoros, visuais e gustativos, e um saco cheio de presentes, com uma ressalva para as famílias que pedem doações para crianças carentes no lugar de presentes ao homenageado.
Ainda assim, somos levados a questionar o que foi celebrado ali: as conquistas de mais um ano de vida entre amigos e familiares – ou o consumo?
É claro que os bufês infantis foram se modernizando e ganharam novos conceitos que acompanham as tendências das classes mais favorecidas, tais como alimentação mais light, sucos verdes, brigadeiros gourmet, brinquedos mais orgânicos, brindes inovadores e decoração ligada à natureza. Contudo, a essência consumista não mudou em nada e segue impregnada nesse rentável modelo de negócios.
Festas das elites
Mas isso não é tudo. O ano de 2011 marcou o início das festas sobre rodas. Meninas entre 6 e 11 anos, das elites de grandes centros urbanos, começaram a cobiçar festas que acontecem dentro de limusines locadas, geralmente cor de rosa. 
As mães das pequenasnoivas” alugam esses veículos pelo valor aproximado de dois mil reais para festejar mais um ano da vida de seus filhas, confinadas no trânsito de grande metrópoles como Rio de Janeiro e São Paulo – ao som ensurdecedor de celebridades mirins e ao sabor de doces e refrigerantes.Ainda assim, somos levados a questionar o que foi celebrado ali: as conquistas de mais um ano de vida entre amigos e familiares – ou o consumo?
É claro que os bufês infantis foram se modernizando e ganharam novos conceitos que acompanham as tendências das classes mais favorecidas, tais como alimentação mais light, sucos verdes, brigadeiros gourmet, brinquedos mais orgânicos, brindes inovadores e decoração ligada à natureza. Contudo, a essência consumista não mudou em nada e segue impregnada nesse rentável modelo de negócios.
noivas” alugam esses veículos pelo valor aproximado de dois mil reais para festejar mais um ano da vida de seus filhas, confinadas no trânsito de grande metrópoles como Rio de Janeiro e São Paulo – ao som ensurdecedor de celebridades mirins e ao sabor de doces e refrigerantes.

A festa pode esgotar-se ali mesmo – sem espaço para troca ou movimento –, mas muitas vezes prolonga-se com uma ida a um cabeleireiro ou spa infantil, onde as convidadas podem pintar as unhas, maquiar-se ou exibir penteados arrojados. Exercitam assim o consumismo, valores materialistas e a sexualidade precoce.

E os meninos, peças fundamentais no exercício da brincadeira, e amigos queridos da aniversariante? Ficam de fora, como manda o figurino e o sexismo – desde a mais tenra idade. O sucesso dessas festas foi tão grande que a moda se reinventou e hoje atinge o público adolescente e o adulto com as famosas Festbus, que acontecem dentro de ônibus – transformados num grande salão de festas com pista de dança itinerante.

Já no ano passado o maior hit das festas infantis foram as chamadas festas do pijama, antes reconhecidamente caseiras – quando um grupo seleto de amigos passava a noite na casa do aniversariante. Hoje, mercantilizadas e abocanhadas pelo mercado infantil, têm decoração personalizada, com brindes que podem ir de pijamas e cobertores até tendas ou sacos de dormir, feitos sob medida para os convidados. Estes, depois de passarem horas navegando individualmente em seus tablets, adormecem na casa do amigo e levam os “mimos” para casa.

O velho colchão de dobrar, guardado embaixo da cama ou em cima do armário da casa da vovó saiu de moda, assim como também ligar para mãe que está recebendo os amigos para saber como estão as crianças ou simplesmente agradecer o pernoite. A comunicação entre pais fica restrita a seus filhos via whatsapp, denunciando a perda do sentido de coletividade e comunidade. E quem entretém as crianças são geralmente animadores contratados, com atividades tipo guerra de travesseiro.

Em pouco tempo, este tipo de festa tornou-se a principal escolha de meninas entre 6 e 11 anos – como previu uma empresa carioca pioneira em festas para crianças que criou, inclusive, uma cartela de opções para o que chama de minisleep. Ideias para lá de “criativas” compõem o cardápio da empresa: festas de culinária, festas em sítios, focadas em futebol e onde mais sua imaginação e recursos financeiros puderem alcançar. Outra empresa focada nesse mercado inventa o que seu desejo mandar para a festa dos seus filhos, sem que você precise sequer sair de casa e desde, claro, que possa pagar por isso.

Vale dizer que até o singelo bolinho na escola ganhou novos contornos, estimulados pela própria instituição de ensino – que deveria ter o papel de fomentar outros valores e formas de homenagear o aniversariante. Hoje, o famoso “parabéns” em sala de aula pode ser acompanhado por uma roda de presentes, enviados pelas famílias para o “dono do dia”, que sai da escola com um saco de 15 presentes ou mais, sendo que, muitas vezes,nenhum
tem a autoria do amigo. Presente feito coletivamente na escola, cantoria de músicas ou algo que o valha parecem valores esquecidos, numa sociedade que mercantilizou as datas comemorativas e tem ensinado às crianças que, para ser, é preciso ter.

Mudaram, portanto, os valores, e não apenas os locais das festas. O que é transmitido para as crianças quando seu aniversário é festejado dentro de salões de beleza ou limusines? O que elas vão querer na festa de quinze anos ou no dia do casamento? O que pensar de famílias que se endividam o ano inteiro para isso e que, quando a festa acaba, já querem saber da criança o que ela pretende ter na festa do ano que vem?.
Cabe aos pais essa reflexão, numa tentativa de reinventar, criativamente, a comemoração do aniversário de seus filhos, de uma forma mais sustentável e que valha a pena rememorar no futuro. E, claro, às escolas cabe a reflexão sobre o lugar social que ocupam na vida dessas famílias – lugar que deveria ser de formação para cidadania e não de bufê infantil.

Mas, nem tudo está perdido. A tendência contrária são as comemorações ao ar livre, em parques, com a criançada correndo solta atrás da bola, entre as árvores. Foi reconfortante receber um convite da festa de aniversário do filho de amigos, feito pela própria criança. A comemoração foi no Jardim Botânico do Rio. Lá, tive a chance de entregar o presente na mão da criança e lanchar delícias feitas pelas tias e avós. Tudo muito original, com o lugar decorado por um grande mural de fotos dos momentos vividos no último ano pelo aniversariante e seus amigos, que ali estavam. No fim, o “dono do dia” carregava um saco não tão grande de presentes, mas um enorme sorriso no rosto. Ele pode partilhar, com pessoas importantes na sua vida, conquistas e atividades que ficarão na memória. E o brinde foi um cd, gravado pelo seu pai e ilustrado pelo irmão mais velho, com suas músicas preferidas. Isso, sim, merece ser festejado!

Enviado por:
Pr. José Rene Toledo - rene@batistas-mg.org.br
Diretor Executivo