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sábado, 2 de março de 2013

Separados do Mundo?







Separados do mundo?

                                                                                               Por: Fernando Marin


"É triste reconhecer que grande parte da nossa vida cristã fundamenta-se na negação. "Somos de Cristo"e por issso "não fazemos, não participamos, não escutamos, não estamos..."
Quem sabe, essa tal abstinência e isolamento deveriam ser subsitituídos por uma prática presencial e transformadora. Somos de Deus; e por tal razão fazemos, participamos, escutamos, falamos e vivemos.."


Sergio Andrade



   Há algum tempo atrás, me deparei com uma imagem , publicada em uma rede social, conclamando as pessoas a fazerem 1 minuto de silêncio em prol das vítimas da fome em todo o mundo. As imagens eram fortes , e me sensibilizei, compartilhei o link com amigos, ou seja, espalhei aquele pedido para que muitos outros tomassem conhecimento desse fato e que as suas consciências fossem mobilizadas para uma ação que pudesse, de alguma maneira, vir a colaborar com essas pessoas atingidas pela miséria que assola muitos países do nosso planeta.

   Alguns minutos depois, verifiquei que haviam uma série de comentários à convocação e, ao lê-los, confesso que me escandalizei. Várias pessoas condenavam  a publicação, muitas delas cristãs, sob a alegação de que fazer silêncio não mata a fome de ninguém, e que essa seria uma iniciativa inútil.  

   Cheguei a imaginar que o errado era eu, que não faço muito pela erradicação da miséria no mundo, porém logo depois me perguntei o que aquelas pessoas todas estariam fazendo em prol da erradicação da fome para que condenassem como inócua essa iniciativa?

   Argumentei que toda iniciativa é válida para se chamar a atenção para uma questão social, já que isso desperta a discussão e através da discussão se chega à ação, e a ação gera a solução. Afinal nosso método teológico latino-americano é baseado no ver-julgar-agir , mas constatei que alguns chegaram a se irar, mantendo a sua posição.

   Me pergunto, em que tipo de sociedade vivemos hoje, que se nega a enxergar as mazelas do mundo? Mais ainda, que tipo de igreja vivenciamos, já que poucas iniciativas  são tomadas com vistas a atender às necessidades das pessoas? Me preocupo com a indiferença de grande parte dos cristãos em relação ao que existe à sua volta, como se realmente fossemos separados deste mundo. Somos separados  espiritualmente, mas vivemos aqui.

   É verdade, às vezes pensamos que muito pouco podemos fazer para alimentar multidões.

   Mas, quando recorremos à Bíblia, descobrimos que havia um grupo que também não acreditava que isso fosse possível. No evangelho de João, capítulo 6, lemos que Jesus, ao constatar o tamanho da multidão que o cercava, perguntou a Filipe como eles poderiam alimentar tanta gente, testando ao seu discípulo. A resposta foi dentro do esperado, Filipe argumentou com o Mestre que precisariam de muitas moedas de prata para isso. André também duvidou da capacidade que teriam de alimentar tanta gente, e argumentou que ali havia um jovem que possuía 5 pães de cevada e dois peixinhos. O que seria isso para tanta gente?

   Porém , Jesus operou o milagre, e aquela pequena quantidade de alimento foi suficiente para todos, mais ainda, o texto nos diz que ainda houve grande sobra.

   Trazendo para os dias de hoje, creio que o grande milagre que poderíamos ver operado seria a união de todos, fomentada pelo amor ao próximo, para iniciativas de porte que pudessem realmente ser efetivas para modificar , não só essa situação, como outras também que esperam pelos nossos esforços e soluções.

  A união de igrejas, denominações e corações, atendendo ao chamado de Jesus no Grande Mandamento expresso em Mateus 22.39 “Ame os outros como você ama a você mesmo.”, seria capaz de mobilizar milhões de pessoas – só no Brasil – numa luta em prol dos desfavorecidos sociais, com certeza com resultados efetivos.

   Juntos e unidos, formaríamos uma grande e poderosa onda , uma onda de amor, que contagiaria a muitos outros e que seria capaz de mostrar ao mundo  que só Jesus Cristo é capaz de unir forças para o exercício do bem.

   Por que não?

Fernando Marin

Atualizado e repubicado

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