Por: Fernando Marin
Nessa época do ano, sempre me vem
à mente fatos da minha infância acerca do Natal, aquelas coisas que criança
guarda na memória, e que nunca mais saem de lá. Me lembro de que gostava de ir
à casa de meus avós, porque lá havia uma árvore de natal com lâmpadas compridas
que, quando ligadas, formavam bolhas coloridas no interior dos bulbos, eu amava
aquelas lâmpadas.
Me lembro, ainda, dos presentes
que iam se acumulando, aguardando o dia 24 de dezembro, após a ceia, para que
fossem distribuídos e abertos. Na noite de Natal, casa cheia, a ansiedade
sempre era muito grande, imaginava, diante de todos aqueles pacotes, quais me
caberiam, se os maiores, se os menores, ou os mais bonitos.
Crescemos, mas, as lembranças
permanecem, daquele tempo em que tirávamos fotografias com Papai Noel, um pobre
homem vestido de vermelho com roupas polares em pleno verão carioca!
Quem não sente saudades desse
tempo?
Mas, crescemos, e logo
descobrimos que Papai Noel não existe, nunca existiu. Aprendemos a olhar o
Natal com olhos mais espirituais, a entendermos qual é o seu verdadeiro
significado, quebra-se aquele encanto de criança, mas, surge a reflexão do
adulto.
Todos os anos, o mês de dezembro
se destaca por ser o escolhido para celebrarmos o Natal, o nascimento de Jesus,
o Cristo, que veio ao mundo para cumprir uma missão de amor, a de dar a sua própria
vida para que nós, hoje, pudéssemos novamente sermos chamados de Filhos de
Deus.
Sabemos que a data de 25 de
dezembro não é a do nascimento de Jesus, por uma série de razões geográficas e
históricas, mas, isso pouco importa, o que importa é que celebremos a vinda
daquele que é o Senhor de todas as coisas, e que pregou o amor e a humildade
acima de tudo, o que se deu em amor por nós, sofreu e morreu naquela cruz para
que todos pudéssemos viver eternamente.
Porém, com o passar do tempo,
essa data tão significativa para muitos perdeu o foco, o Natal hoje é visto
como época de altas vendas, por parte do comércio, de celebrações
alcoólicas, de troca de presentes de amigo secreto, de festas e de comilanças, não
são muitos os que o celebram conscientes da importância dessa data, e do que
ela trouxe para a humanidade.
As cidades, lojas, casas, estão
cheias de luzes coloridas, os shoppings, lotados, as pessoas correndo em busca
dos presentes para serem entregues, poucos sabem porque, por tradição,
somente.
Restaurantes, bares, repletos, jantares de confraternização, festas e
todo tipo de celebração, antes que venham os feriados, os esperados feriados de
final de ano, em que muitos poderão viajar, aproveitar umas férias merecidas,
tudo isso oferecido pelo Natal.
Nas ruas, um enorme movimento de
pessoas, ávidas por gastarem o seu décimo terceiro salário anual, buscam por
ofertas ou pelo seu sonho de consumo, tudo em nome do Natal. Ainda ontem, no
telejornal local, um comerciante protestava contra a prefeitura da sua cidade
porque as ruas não estavam enfeitadas como deveriam, já que, se estivessem,
estimulariam as pessoas a comprarem mais, a gastarem, o que faz a alegria dos
lojistas.
Os shoppings investem milhões, em decoração natalina, em uma competição entre eles por mais clientes. Árvores de natal gigantescas são montadas, com custo altíssimo, como forma de explorar publicidade, tudo em nome do Natal.
Mas, será que isso é o Natal?
Creio que o Natal não tem a ver
com consumismo. Claro que as pessoas devem, sim, enfeitar as suas casas,
mas, também deveriam adornar os seus corações, se preparando para comemorar a
vinda de Jesus.
Natal é celebração do amor, da
paz, da família. A Ceia é uma oportunidade de estarmos reunidos em comunhão
para refletirmos sobre o real significado da data para todos nós, afinal Jesus
nasceu! Ele veio para libertar-nos da opressão, dar visão aos cegos, para
livrar-nos da escravidão imposta pelo pecado, que nos afastava de Deus!
Ele veio a este mundo, Deus em
forma humana, para que fossemos curados das nossas enfermidades físicas e espirituais,
sofreu e morreu para que nós pudéssemos ter a vida eterna, tudo isso por amor !
Natal é tempo de lembrar dos
pobres, dos excluídos, de todos aqueles a quem Jesus também amou, alimentou ,
curou.
O amor é a tônica do Natal. É tempo
de refletir, é tempo de mudar, é tempo de agir.
Feliz Natal para todos!
Fernando Marin
Parabéns pelo belísssimo texto! Penso da mesma forma!
ResponderExcluirJunior
ExcluirSim, precisamos ressignificar o Natal, voltar às origens, espiritualizar esse momento de paz, de amor, de comunhão.
Obrigado pelo seu comentário!
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirMuito bom, Fernando!
ResponderExcluirQue o seu texto toque fundo todos os corações. Um Natal de muita paz e harmonia.
Beijos
Marcia
ExcluirSim, espero que o meu texto possa tocar muitos corações, que possam fazer tocar muitos outros, que seja o início de uma corrente que traga de volta o real significado do Natal.
Obrigado!
Como sempre: genial!
ResponderExcluirHugo
ExcluirA sua amizade, sim, foi um presente na minha vida!
Obrigado pelo incentivo.
Feliz Natal para vocês 3 !!
Abraço!