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domingo, 24 de maio de 2015

A igreja esqueceu !



A igreja esqueceu

Sim, tantas coisas acontecendo, tanto para ser dito ou escrito e essa falta de tempo não me permite. Mas, Deus é mesmo bom, e dá a inspiração necessária a mais alguém, para que se diga o que tem que ser dito.

E Deus me colocou em contato com o Pr Barbosa Neto, lá de Fortaleza, através de um grupo de discussão. E, lendo seus escritos, encontrei mais esse, que traduz bem a situação que se coloca hoje, do Evangelho fácil, da igreja-empresa, do pastor administrador e empreendedor.

Mas, será que foi isso que Jesus ensinou?

No artigo abaixo o Pr Barbosa fala - e muito bem - sobre a questão, e nos alerta sobre o que temos visto e feito nos dias atuais.

Leia e reflita.

Pr Fernando Marin


DEGENERAÇÃO DO MINISTÉRIO – VERDADE QUE PRECISA SER DITA – 1


Pr Barbosa Neto


 Muitas coisas têm sido ensinadas sobre a Igreja de Jesus nos últimos anos, mas estou mais que convencido que um grande erro tem sido ensinado sobre a Noiva de Cristo. Quando paramos para estudar a Palavra de Deus no seu original, vemos que o termo usado para definir a Igreja é a palavra ekklesia, que, literalmente, significa: chamados para fora, reunião popular, especialmente uma congregação religiosa (sinagoga judaica, comunidade cristã de membros na  terra ou no céu, ou em ambos), de acordo com o Dicionário Strong.

 Igreja não é uma empresa.  Igreja não é um modismo, igreja, na raiz da palavra, é um ajuntamento popular religioso. O nome igreja, como é usado entre nós, significa simplesmente uma assembleia, um ajuntamento. Porém, minha intenção aqui é entrar profundamente na nossa condição moral, teológica e congregacional. Tenho uma grande preocupação em minha vida em relação à Igreja, e esta preocupação é: de acordo com o que temos visto hoje em dia, o que será da Igreja de Jesus daqui a dez anos?

 Willian Booth, fundador do Exército da Salvação, um grupo que fez muito por missões na história da Igreja, também disse temer  que, em cem anos, a igreja viesse a experimentar um Cristianismo sem Cristo e um Evangelho sem cruz. Uma das coisas que mais tenho observado no “evangelho” pregado por muitos pregoeiros por aí afora, alguns até mesmo famosos, um “evangelho” onde falta Cruz e o desaparecimento de Cristo nas mensagens. Pelo menos daquele Cristo das Sagradas Escrituras.   

 Tenho observado que alguns pregadores não apontam mais o pecado e estes pastores estão se tornando homens de negócios eclesiásticos. Os cultos tem se tornado mais encontros de entretenimento. Ministérios que estão se tornando marca patenteadas, gerando recursos sem fim que são gastos em vaidades pessoais, e não, em missões ou na obra de Deus como um todo.

 O ministério da Igreja do Senhor, que é o de ser representante de Deus aqui, propagando o glorioso Evangelho, tem sido vendido por pequenos pratos de lentilha, à medida que, diariamente, buscamos agradar aos homens, sem nos importar com o que Deus espera de cada um de nós. Creio que um dos grandes problemas em relação ao que estamos vivendo hoje, como igreja, é o fato de a grande e esmagadora maioria dos pregadores não fazerem a menor ideia de quem foram os homens e mulheres que Deus usou no passado para que hoje estivéssemos aqui. A ignorância em relação à História da Igreja e da nossa história propriamente dita, em particular, tem nos levado  ao abismo do esquecimento, no qual despejamos no ralo os nomes dos heróis de Deus dos séculos passados.

 Nada do que estamos pisando, ou melhor, as plataformas sobre as quais estamos pisando têm sido criadas  por nossas boas ideias ou por novas doutrinas. A falta de conhecimento dessa verdade tem levado homens a tomarem para si a glória de uma casa que não foi feita por eles. Hoje, muitas pessoas têm tomado para si algumas glórias e honras que, se parássemos mesmo para observar, não teríamos coragem de assumir como suas.

 Os assim-chamados pais da Igreja não andaram por aí buscando seu reconhecimento, mas andaram, fazendo a vontade de Deus e lutando por Ele. As raízes, como por exemplo, dos metodistas, que são filhos de Wesley, os presbiterianos, filhos de Knox, nós, os batistas e tantas outras igrejas históricas devem ser novamente medidas para que possam tomar o seu devido lugar na árvore que foi plantada. Se nós olharmos para o passado, iremos ver que não nos parecemos em quase nada com os pais que tivemos... Os pais das nossas igrejas neotestamentárias eram homem vigorosos contra o pecado e contra o mundo, mas, estamos tentando acabar com o que eles fizerem e nos legaram... Estamos hoje, pasmem, simpatizantes com o ecumenismo, achando-o simpático...

 Nossas raízes, nossos pais do passado, bem como a História da Igreja está recheada de grandes exemplos que ficaram confinados ou estão apenas em livros que estão empoeirados nas prateleiras de nossas bibliotecas domésticas ou livrarias... Enquanto isso, livros sobre aceitação pessoal, de autoajuda de cura interior estão se tornando leitura de cabeceira de pregadores famosos que estão ensinando as pessoas a olharem para seu umbigo e se esquecerem da Cruz, da renúncia, da confissões de pecados, do arrependimento, do amor a Deus!...

 Podemos ir um pouco mais longe em nossas raízes, se voltarmos a 2000 anos e olhar como os primeiros cristãos viveram e isso sem contar com o próprio exemplo do Senhor Jesus!... Poderíamos ver como os discípulos de Jesus transformaram o mundo. Ver como, em meio a perseguições e dificuldades tremendas, eles não negaram sua fé no Senhor Jesus por nada desta vida!... Poderíamos ver como a história foi mudada por um pequeno grupo de pessoas que não tinha nada demais, a não ser a fé genuína – que vem faltando hoje em nosso arraiais.  Ver como aqueles homens tão complicados e de temperamentos diversos puderam fazer coisa notáveis. É de nos fazer vergonha hoje quando olhamos e nos relembramos, historicamente, sobre aquilo que eles fizeram em tão curto tempo, mesmo diante de tantas e imensas dificuldades e perseguições. Pagaram com a própria vida um alto preço para que nós hoje aqui estivéssemos vivos!...

 E pasmem: nossos primeiros pais cristãos, os apóstolos, não foram pessoais sensacionais, mas foram homens corajosos. Vajam, por exemplo, Pedro, sanguíneo por natureza, sempre falando antes de pensar. Pedro repreendeu Jesus, porque disse que iria morrer (Mateus 16.23). Em outra ocasião, Jesus estava para lavar os pés dos discípulos e Pedro não permitiu. Jesus o repreendeu mais uma vez (João 13.8). Em outra ocasião, Tiago e João foram com sua mãe pedir a Jesus lugares especiais no Céu (Mateus 20.20),  e isso trouxe indignação aos outros discípulos (v. 24). Simão era zelote e os zelotes lutavam pela independência política dos judeus, e acreditavam no uso da força (Lucas 6.15. Mateus era cobrador de impostos, considerado traidor da nação e reprovável (Mateus 10. 2, 18.17). E assim seguem os exemplos. Estes eram os homens que Jesus dispunha.

 Contudo, mesmo esses homens com todos os seus problemas, dificuldades e limitações humanas, contribuíram e muito para que pudéssemos estar aqui hoje, sem levantar a nossa própria bandeira. Quando lemos um pouco mais acima que Mateus era publicano, vemos que ele próprio usou este termo em referência a si mesmo. Vemos também que nenhum dos outros três evangelistas usaram o nome de publicano para descrever Mateus, mas ele sabia sua posição. Não estava escrevendo seu nome na escadaria dos regenerados, porém estava ele próprio apontando para o pecador chamado Mateus.  Nossos pais não lutaram por si, lutaram pelo Senhor; não buscaram a sua glória, mas buscaram a glória que seria dada ao Senhor! Nós, que estamos falando tanto nesses últimos anos a respeito da unção de Elias, precisamos, sim, ser atingidos por ela. Malaquias disse que a unção de Elias iria: “... converter o coração dos pais aos filhos e dos filhos aos pais...” (4.6). Precisamos, portanto, converter nossos corações aos nossos pais, que andaram com o Senhor, para que possamos aprender com eles como conduzir a Igreja de Jesus, Sua tão amada Noiva!

 Uma situação bem pertinente, ao citar exemplos, é o fato de os Puritanos terem questionado a Igreja estatal inglesa por causa dos costumes. Eles estavam questionando por que não se estava colocando as verdades antes das tradições e das autoridades. Questionavam, principalmente, sobre as vestes clericais: “... se não são importantes, por que vocês as impõem obrigatoriamente?...”.  Creio que seja bem pertinente para nós esta situação porque, em nossos dias, é exatamente o que temos visto: costumes antes da verdade e tradições mais importantes que a espiritualidade. Um Puritano verdadeiro não se conformava com o fato de a igreja estar apenas parcialmente reformada, carregando ainda consigo resquícios católico-romano.  

 Meus amados, precisamos hoje, urgentemente, dar uma parada e analisarmos o que tem sido dito de nossos pais. Pastores, acordem para a verdade de que, não estamos fazendo nada demais, mas estamos continuando a levantar uma parede que está colocada, e, em muitos lugares, abandonada... Não estamos aqui para lançar novos alicerces, o alicerce está posto (Isaías 28.16; I Coríntios 3.11), porém precisamos atentar para a exortação de Paulo, no que ele nos diz: “... mas veja cada um como edifica sobre ele....”, sobre o alicerce (I Coríntios 3.10. Para sabermos sobre o que estamos construindo, precisamos analisar os livros da nossa História e vermos se estamos no caminho certo ou se precisamos parar para aprendermos COMO fazer. Jesus é o alicerce sobre o qual a Igreja está sendo construída. Os apóstolos começaram a construir sobre este alicerce, e muitos homens de Deus continuaram, colocando mais tijolos para erguer as  paredes.

 A obra esteve caminhando em ritmo lentíssimo por algum tempo, tijolos diferentes foram colocados, a parede foi estragada, mas um reformador corajoso apareceu e começou a quebrar o que estava colocado errado. Nós precisamos aprender com ele como trabalhar nesta parede. Muitos outros reformadores apareceram e continuaram as obras, e nós, hoje, precisamos continuá-la até que chegue a hora de colocar o telhado.
Disse Jeremias pelo Senhor: “...Maldito aquele que fizer a obra do Senhor relaxadamente! Maldito aquele  que retém a sua espada do sangue” (48.10). Jeremias protesta aqui pelo Senhor, dizendo que amaldiçoado é o homem que faz a obra com negligência, com descuido e relaxadamente. Maldito o homem que vê o que está errado e se assenta para curtir a vida e não soa o alarme, maldito  aquele que vê a Igreja sendo abusada e permanece com a sua trombeta guardada e não toca o alarme chamando a atenção do povo e de seus ministros.

 Tiago diz que aquele que sabe fazer o bem e não o faz comete pecado (4.17). E um dos maiores bens que podemos fazer para a igreja de Jesus é gritar BASTA para que o está acontecendo. É protestar contra os fraudulentos e degenerados, contra os amantes do ouro e da prata que estão ensinando o povo a amar suas posses e bens financeiros e se afastarem do Senhor. O trigo que está sendo plantado está sendo trocado por uma plantação de joio e não estamos nem aí...

 Em Juízes 6.27, vemos algo que é bem relacionado ao que estamos falando. Gideão foi chamado por Deus, e a ordem de Deus era que ele destruísse o altar a baal (Juízes 6.28). Gideão fez o que o Senhor lhe disse para fazer, mas ele o fez de madrugada, por temer o povo. Eu digo que este texto é relacionado à nossa situação atual pelo simples fato de que nem de madrugada, escondidos dos homens, estamos derrubando os postes de baal, mas elogiando de maneira comprometedora aos seus líderes e os achando bonzinhos! Estamos tolerando baal e seus postes ídolos e não temos coragem de obedecer ao Senhor!...Se olhássemos para o exemplo de Gideão estaríamos, pelos menos, tentando fazer as coisas às escondidas. Contundo, nem assim estamos fazendo!...

 Elias zombou dos profetas de baal, mas a nós tem sido ensinado que devemos respeitá-los... A verdade é que não estamos fazendo oposição, nem zombando deles tampouco. Bem, em algumas situações, é até bom para o bem-estar de alguns pregadores não zombarem dos profetas de baal nem do próprio baal, pois, suas vidas são testemunhas que depõem a favor de seus inimigos... Os superstares não podem confrontar baal, pois estão corrompidos até aos cabelos e estão corrompendo o povo juntamente com ele. Como podem confrontar estando em terreno escorregadio, em lugares estranhos sem a mínima condição de estarem lá? Como poderiam ir à guerra desarmados e desprotegidos? Se essas pessoas começarem a abrir a boca e a falar contra baal, seria como colocar um americano coma foto do presidente dos Estados Unidos Barack Hussein Obama II estampada na camiseta que veste e uma bandeira iraquiana em suas mãos ardendo em chamas na cidade de Bagdá. Esse coitado não duraria trinta segundos vivo!...

 Tenho visto não poucos pastores fazendo a seguinte afirmativa: “... um pastor precisa ter uma visão empresarial hoje em dia, se quiser ser bem sucedido no ministério...”. De tudo o que tenho ouvido, está é uma das mais nocivas perspectivas que se tem propagado por aí em relação à igreja. Quando nós, pastores, começamos a olhar a igreja, a congregação local da qual cuidamos, meramente como uma instituição, ferimos sua principal característica: a que nos diz que ela é a Noiva, que está sendo preparada para um Noivo muito especial. Ai daqueles que estão pervertendo a Igreja, transformando-a em um negócio lucrativo em benefício próprio.
Você, caro colega, que está lendo estas longas linhas, já se aborrecendo com eles, já com soneira porque não tem habito ler, e você que um dia pretende ser pastor, atente bem para isto: o chamado vocacional não é para administrar um negócio, uma empresa religiosa lucrativa, mas para cuidar de vidas! A igreja, caros colegas, não é estrutura armada à nossa volta. As nossas igrejas locais são formadas de pessoas que, em muitas vezes, precisam ser ajudadas, instruídas, aconselhadas e amadas. Ela é formada de gente, de carne e ossos, não de coisas e utensílios mobiliários climatizados. Precisamos, sim, de alguma estrutura para servir aos irmãos e irmãs, precisamos de organização local, mas não é a prioridade vivermos por isso! A prioridade são as pessoas!    

 Talvez seja questionado se a programação não vai abençoar o povo. Eu digo, sem medo de errar, que, em sua grande e esmagadora maioria, os programas servem simplesmente como um analgésico para tirar a dor, enquanto a ferida permanece profundamente instalada nas pessoas. Canta-se tanto, mas tanto em nossos cultos, a programação é tão exaustiva, que sobra pouco tempo para a ministração da Palavra, e o pregador, coitado, que preparou uma mensagem palavra alimentar e saciar as pessoas, tem que correr às pressas, ou tem que às vezes ‘cortar’ a mensagem, porque a liturgia do culto tem que terminar rigorosamente no horário, senão algumas pessoa podem  reclamar!...

 As pessoas podem rir, chorar, emocionar-se com o espetáculo religioso, mas, quando voltam para casa, serão as mesmas de sempre. Não houve aplicação correta da Palavra por falta de tempo... Isso porque, ao invés de cuidarmos da ferida, estamos tentando camuflá-la. Se cuidássemos mais em buscar as pessoas que precisam de ajuda, se nos voltássemos para a ação de curar a igreja e de curar o povo das mazelas da alma, ensinando profundamente o Evangelho, apontando o caminho da salvação e tirando-as do caminho do pecado, não precisaríamos de boas programações festivas demais para entreter o povo, para tentar fazê-lo feliz... As pessoas seriam mais felizes por conhecer a Verdade, mas a Verdade está sendo trocada por um monte de programações analgéticas. Pensemos nisso, séria e urgentemente.

 Paulo nos diz em Gálatas 6.2: “...levai as cargas uns dos outros e, assim, cumprireis a lei de Cristo...”. Caros colegas, Jesus nunca ficou acomodado, e nós também não podemos ficar. Se Ele é o nosso Senhor, se afirmamos que somos d’Ele, como podemos ser diferentes? Pessoas estão se acabando em nosso meio, e estamos sentados em nossos gabinetes climatizados, com secretária filtrando a entrar das pessoas em nosso gabinete, enquanto lá fora a vida das pessoas estão se esgotando, enquanto curtimos nosso sossego, preparando nossos cultos da bênção sem o Abençoador! O problema é que estamos tão empresariais como igreja, que o amor está sendo trocado pela pura e simples camaradagem fraternal, mas sem compromisso pessoal!...

 Se uma pessoa está faltando aos cultos ou se uma pessoa sai da igreja local, a obrigado do pastor é buscá-la, cuidar dela, não abandoná-la. O Senhor Jesus disse: “Qual, dentre vós, é o homem que, possuindo cem ovelhas e perdendo uma delas, não deixa no deserto as noventa e nove e vai em busca da que se perdeu, até encontrá-la?” (Lucas 15.4).

 Você, caro colega, é um vocacionado, um chamado por Deus ou um oferecido para realizar a obra pensando ser vocacionado? Pense nisso e responda esta pergunta com muita sinceridade diante de Deus! Tenhamos em nossa mente: não somos profissionais da fé, mesmo que vivamos disto, porque está escrito: “porque digno é o trabalhador do seu salário” (Lucas 10.7; I Timóteo 5.18). Saiba viver na mais total dependência do Senhor, pois aos chamados verdadeiramente Ele supre todas as suas necessidades, através dos Seus filhos e filhas, que tem amor e dedicação e desprendimento no segurar as cordas daqueles que estão consumindo a sua vida na obra do Senhor. Você precisa apenas ser honesto. No máximo compartilhe as suas necessidades, sabendo que o Senhor trabalhará nos corações generosos e benevolentes, porque “aquele que dá semente ao que semeia e pão para alimento também aumentará a vossa sementeira e multiplicará os frutos da vossa justiça... porque o serviço desta assistência não só supre a necessidade dos santos, mas também redunda em muitas graças a Deus” (II Coríntios 9.10, 12).

 Quando fazemos o que temos que fazer, não precisamos ser reconhecidos ou recompensados. Jesus nos disse o seguinte: “...Assim também vós, depois de haverdes feito quanto vos foi ordenado, dizei: Somos servos inúteis, porque fizemos apenas o que devíamos fazer” (Lucas 17.10). Muitos passam os dias em seus gabinetes luxuosos e climatizados, administrando agendas, fazendo contas e imaginando o que fazer para a igreja crescer numericamente, o que é um trabalho secundário. Deixam de fazer o que é produtivo, que é visitar os enfermos, acudir os necessitados, confirmar os fracos, pregar nos lares, exortar, ir atrás da ovelha perdida e desgarrada e gastar tempo significativo lendo e estudando a Palavra com profundidade e orando com os irmãos. Há pastores que só leem a Bíblia na hora de irem para a igreja pregar sabe-se o quê...

 Pastores não são administradores eclesiásticos: são guardadores da Noiva e não seus mentores. A crescente degeneração do ministério, e neste caso, do ministério pastoral, vem da falta de observarmos uma coisa bem simples, chamada pelo apóstolo Paulo de “...simplicidade e pureza que há em Cristo...” (II Coríntios 11.3).

 Volto a repetir para que você não se esqueça disso jamais, amado colega: pastores não precisam de visão empresarial nem de um espírito empreendedor para tomar conta de sua igreja local! Pense nisso, seriamente! Ele precisa de amor, de zelo pelo próximo, e não interesse nos bens do próximo (como é triste ter que citar isso!). Ele precisa de integridade moral, de sabedoria, de zelo, de fervor... Um pastor, comprovadamente vocacionado,  não precisa fazer um curso de gestão de igrejas; ele precisa de um bom curso de teologia, mas que não se deixe contaminar somente pelo academicismo sem aquele mergulho nas Sagradas Escrituras, e é isso que está faltando hoje em dia por aí afora... Nossos cursos de bacharel em teologia existentes por aí afora não estão preparando e preparando muito bem aos nossos futuros obreiros, mas apenas formando teólogos de gabinetes... Quem estar cursando teologia e se sente vocacionada e chamado para trabalhar no sertão do Nordeste, quem? Aquilo que hoje se aprende em nossos seminários, lamentavelmente, poucas são as coisas que seus alunos aplicam no dia a dia da igreja local que pensa servir... Em alguns locais tido como acadêmicos, os alunos não são instruídos sobre como agir em aconselhamento, como, por exemplo, ajudar numa briga conjugal e vai por aí afora... Em muitos locais acadêmicos pouco ou quase nada existe elevado nível de espiritualidade, momento devocional, momentos à sós com Deus, momentos para orar, para ser ensinado ao futuro pastor como orar e saber ouvir a voz do Senhor!... Hoje a correria é demais...

 Temo que em alguns anos estejamos vendo no Brasil o que já acontece hoje nos EE.UU e em boa parte da Europa: cursos profissionalizantes para ministros do evangelho, nos quais é outorgada pela lei uma carteirinha. Com ela, é permitido ao indivíduo atuar como agente religioso para efetuar casamentos, ritos religiosos, batismos e aconselhamentos gerais... São os profissionais do púlpito com vasto currículo acadêmico, mas seus candidatos sem nenhuma comunhão com Deus!...

 Provavelmente muitos dos nossos colegas não gostaram nem um pouco do que acima lhes foi dito. Pouco me importa!... Deus mandou falar sobre isso e eu apenas Lhe obedeci. E ponto. Reclame para Ele. Quero finalmente lhes dizer que Deus nos chama por meio de uma vocação, oferece-nos gratuitamente o grande privilégio de cuidarmos de Sua Igreja. Não podemos aproveitar a situação para nos darmos bem... Muito cuidado, pois com Deus não se brinca!... Você não pode ser um empresário eclesiástico, mas Ele exige que você seja apenas um pastor! Que cuide das ovelhas, que tenha cheiro de ovelha, que ame o povo, que pregue a Palavra, que ensine o Evangelho, que é a “palavra da verdade do evangelho” (Colossenses 1.4), e que tire as pessoas do caminho da perdição religiosa!

 Só isso. nada mais que isso!...

Pr Barbosa Neto

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