Política: participar ou ignorar?
Por: Fernando Marin
Política, palavra
feminina que, de acordo com o Dicionário Michaellis significa “ arte ou ciência de governar, arte ou ciência da organização, direção e administração de nações ou Estados“.
É a
política que cuida do governo e de tudo que envolve a administração
pública no mundo todo, desde os tempos bíblicos.
Já naqueles tempos
haviam bons e maus governantes. Israel teve um total de 40 reis, e a
Bíblia nos conta que uns fizeram governos bons e honestos, como Asa
(1Rs15.9,10) e Josafá (1Rs22.42), por exemplo, e outros governaram
mal e longe dos caminhos do que seria do agrado de Deus – Jeoás
(2Rs 13.10) e Acabe (1Rs 16.28-30) são bons exemplos disso.
Lendo o
texto bíblico em Provérbios 29 . 2 (" Quando os honestos governam, o povo se alegra; mas,, quando os maus dominam, o povo reclama “),
temos uma exata noção do que acontece nos dias de hoje, com o povo
brasileiro.
Há uma enorme
insatisfação popular com o governo do país devido à crise
econômica que nos assola e pelos escândalos éticos envolvendo a
diretoria de empresas estatais e particulares, que teriam de alguma
maneira beneficiado financeiramente políticos ligados a alguns
partidos, há até mesmo uma grande operação apurando tudo isso,
que já obteve bons resultados colocando na prisão e condenando vários nomes ligados ao esquema criminoso.
Quando alguém se
diz político hoje no Brasil é logo taxado de desonesto, corrupto ou
sanguessuga do erário. A classe está mesmo muito mal vista pelo
povo devido a todos esses fatos desabonadores a que assistimos nos
noticiários diários. Parece que não há um político honesto sequer ,
é o que se diz.
Não podemos pensar
assim. Com certeza há pessoas de bem nesse meio, e se não há mais
devemos nos culpar por isso, já que todos foram eleitos pelo voto
popular e estão lá porque o povo depositou a sua confiança neles.
Costumo dizer que ,
em relação a isso, temos dois caminhos a tomarmos. Ou permanecemos
criticando, reclamando e sofrendo ou decidimos participar mais
ativamente da vida política, procurando fazer com que nossos
direitos de cidadãos sejam cumpridos, fiscalizando, cobrando e
exigindo lisura em todos os processos da administração pública.
Escolhi o segundo
caminho, me filiando a um partido político e participando mais
ativamente do processo. Sou criticado por alguns, que alegam que a
política não é lugar para homens de bem, é reduto de corruptos e
gente do mal.
Tenho que discordar
disso, e com base na própria Bíblia. Ora, somos a luz desse mundo
("Vocês são a luz para o mundo".
Mt 5.14) , ou seja, de acordo com Jesus o nosso papel é o de
iluminar onde há trevas. O mal ( trevas) somente se instala onde o
bem (luz) não está presente!
Jesus ainda nos
ordena que devemos estar em todos os lugares, levando a Palavra ( "Portanto, vão a todos os povos do mundo e façam com que sejam meus seguidores". Mt
28.19), devemos estar em todos os lugares, sendo exemplo, mostrando
como obedecer a Cristo e fazendo novos discípulos.
Lembro que a nossa
missão é centrípeta ( para fora). A própria palavra igreja, é
tradução do grego “ekklesia” , 'chamados para fora', aqueles
que tem uma missão a cumprir pelo mundo.
Não, Jesus não nos
quer confortavelmente sentados nos bancos das igrejas, ele nos quer
pelo mundo, pregando, dando bom testemunho, ocupando os espaços
para que o mal não se instale. Afinal, se os maus estão no poder é
porque os bons se omitiram, não é?
Muitos creem que
devemos orar pedindo a Deus que resolva todos os problemas, e se
esquecem de que NÓS somos os braços e a boca Dele aqui na terra!
Essa função é nossa, devidamente orientada e dirigida por Ele.
Claro que a nossa
vida espiritual é importante, e devemos orar, cultuar e nos
colocarmos na presença de Deus. Mas, lembremos daquela passagem em
Marcos 12.16 , onde o próprio Jesus ensina de que “Deem a César o que é de César , e deem a Deus o que é de Deus".
Há um tempo para tudo em nossas vidas ("Tudo nesse mundo tem seu tempo; cada coisa tem a sua ocasião". Eclesiastes 3.1).
Há o tempo para estarmos nas igrejas, orando, cultuando, há o tempo do nosso trabalho, das nossas obrigações civis, do nosso descanso e lazer e há o tempo para a participação na vida pública, visando buscarmos as mudanças que tanto queremos para a nossa cidade e para o Brasil.
Fica aqui o desafio: vamos ocupar a política nacional com homens de bem, para que possamos trazer paz, conforto, justiça e dignidade, principalmente para os mais pobres e que mais sofrem com a situação atual.
Fernando Marin
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