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terça-feira, 4 de fevereiro de 2020

A Preciosa Água

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A Preciosa Água


Por: Fernando Marin


 Não é a primeira vez em que falo sobre a água, essa substância sem a qual a vida não seria possível no planeta, e de como o ser humano vem maltratando o meio-ambiente, esquecendo de que essas ações poem em risco a própria continuidade da vida.

 Quem acompanha os noticiários tem conhecimento dos problemas que acontecem no Rio de Janeiro, onde a população vem reclamando de água escura com gosto e odor fortes. Isso é causado pela proliferação de algas nos rios que abastecem a Estação de Tratamento, e essas algas proliferam devido aos altos índices de esgoto lançados nesses rios. Elas geram toxinas, que criam a geosmina, exatamente a substância que dá odor e gosto fortes a água.

 Inaugurada, em 1955. a Estação de |Tratamento de Água do Guandu , localizada no município de Itaguaí, é considerada a maior estação de tratamento de água do mundo, trata 43000 litros por segundo  e abastece cerca de 70% da Região Metropolitana do Rio de Janeiro. O rio Guandu, de pequena vazão, nasce na Serra do Mar e em seu caminho até a estação recebe água de outros rios, inclusive um volume maior proveniente dos rios Piraí e Paraíba do Sul, em uma transposição criada para geração de energia pela Light, o que aumente consideravelmente o seu volume atingindo o necessário ao abastecimento da região.

 Ocorre que, hoje em dia, esses rios cortam diversas cidades, povoados e comunidades, onde sequer existe coleta de esgotos, e os resíduos acabam depositados nas águas , que estão cada vez mais poluídas, o que requer cada vez mais produtos químicos no processo de limpeza e tratamento da água. Isso aumenta os custos e pode prejudicar a saúde humana a longo prazo.

 Ontem, o fornecimento de água foi suspenso devido ao lançamento de grande quantidade de detergente no rio, de origem ainda desconhecida, além de óleo. A polícia foi chamada para investigar provável caso de sabotagem na água que a população de cerca de 12 milhões de pessoas consome. O INEA, Instituto de Meio Ambiente do estado do Rio de Janeiro, realizou coleta e estuda a proveniência e os riscos que esse material pode oferecer às pessoas, mas isso leva tempo , e até lá a estação foi novamente posta em operação.

 Cito todos esses fatos para chamar a atenção sobre o perigo que nossas grandes cidades vem enfrentando através do fornecimento de água potável. Os rios estão diminuindo a sua vazão devido ao desmatamento descontrolado, estão se tornando poluídos pelo lançamento de esgoto e dejetos diversos , a população está aumentando, ou seja, me preocupo com o fato de, em poucos anos, esse fornecimento se tornar escasso e difícil, o que iria gerar grande dificuldade para atender à demanda, sempre crescente.

 O Brasil possui um enorme manancial hídrico, mas não é bem distribuído pelo nosso território, possuímos  grandes reservas na amazônia, onde a população é escassa, e poucos rios no sudeste e sul, mais habitados. Talvez, em um futuro próximo, tenhamos que recorrer ao Aquífero Guarani, grande reserva subterrânea entre os estados de São Paulo, Paraná e Minas Gerais, tendo que trazer água até as grandes metrópoles a um custo alto, mas essa seria uma solução. Outra saída, e que já será implementada no nordeste, seria a dessalinização da água do mar, que tem um custo elevado mas pode resolver essa questão com mais facilidade.

 Mas, o mais importante de tudo seria uma fiscalização efetiva da ocupação das margens dos rios, do desmatamento das ciliares e uma coleta de esgotos eficaz, reduzindo assim os riscos e prolongando a vida dos atuais mananciais.

 Não sei porque isso não acontece.

 O que estão esperando?

Fernando Marin

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